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País mais feliz do mundo tem choque de realidade na criação de emprego

O índice de emprego está atualmente nos 72%, cumprindo uma meta de 2015 definida pelo primeiro-ministro Juha Sipilä.

Bloomberg
02 de Fevereiro de 2019 às 19:00
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A Finlândia é classificada como o país mais feliz do mundo, mas a sua população está a envelhecer mais rapidamente do que na maioria dos países e isso pressiona o governo a levar mais pessoas ao mercado de trabalho para ajudar a pagar aqueles que se aposentam.

 

A correção do mercado de trabalho do país provavelmente dominará a agenda quando os finlandeses forem às urnas, a 14 de abril, para eleger um novo governo. O novo governo precisará de elevar a taxa de emprego para 75% dos finlandeses em idade ativa até 2023 e para 80% posteriormente, segundo um relatório de funcionários públicos que descreve os principais desafios futuros.

 

O índice está atualmente em 72%, cumprindo uma meta de 2015 definida pelo primeiro-ministro Juha Sipilä, que na altura era considerada quase impossível. Naquele ano, apenas 68% das pessoas em idade ativa tinham empregos, o país estava a deixar três anos de recessão económica para trás - a segunda desde a crise financeira - e o clima era sombrio.

 

Agora, com cerca de 140.000 pessoas a mais a trabalhar em relação à altura em que Sipilä assumiu o cargo, ainda são necessários cerca de 150.000 novos empregos para proteger o modelo de bem-estar do membro mais ao norte da Zona Euro, segundo o relatório.

 

"O financiamento do nosso modelo de bem-estar nórdico, que nos torna o país mais feliz do mundo, com um padrão de vida incrivelmente elevado, depende de níveis de emprego mais altos", disse o economista-chefe do Nordea Bank, Aki Kangasharju, em entrevista. A Finlândia precisa que "todos os que são capazes de trabalhar tenham emprego".

 

No domingo, Sipilä disse que, mantendo-se um crescimento económico em torno de 2%, será gerado um aumento gradual do emprego em direção à meta. Quando o governo da Finlândia "conseguir elevar a taxa de emprego de maneira permanente para mais de 75%, poderá resolver totalmente a diferença de gastos", disse em entrevista à YLE Radio Suomi.

 

O governo já implementou várias medidas para estimular o emprego, incluindo a redução do custo da mão-de-obra e a introdução do chamado modelo ativo, pensado para voltar a dar trabalho aos desempregados que procuram emprego. Houve também muitas contratações após o crescimento da economia mundial. Mas este vento a favor está prestes a parar de soprar porque o crescimento está a perder força na maioria das grandes economias.

 

Kangasharju, do Nordea, diz que o remédio são mais reformas do mercado de trabalho para aumentar o número de empregos disponíveis. Caso contrário, os finlandeses precisarão de se preparar para um aperto maior.

 

"Se não atingirmos níveis mais altos de emprego, enfrentaremos mais austeridade, com cortes de gastos e empregos no setor público, levando a menores receitas fiscais e maiores gastos com o desemprego", disse Kangasharju.

 

(Texto original: World's Happiest Country Gets a Reality Check on Job Creation)

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