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ONU confirma utilização de armas químicas na Síria

O relatório dos inspectores das Nações Unidas confirma a existência de provas “claras e convincentes” da utilização de gás sarin nos ataques aos subúrbios de Damasco no dia 21 de Agosto.

16 de Setembro de 2013 às 15:57
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Os inspectores da ONU concluíram finalmente o relatório sobre os ataques aos arredores de Damasco, que acabaram por espoletar um clima de tensão diplomática internacional. Está confirmado o recurso a armas químicas nos bombardeamentos de 21 de Agosto. “As evidências recolhidas mostram, de forma clara e convincente, que foram usados ‘rockets’ terra-terra, contendo gás sarin, na área de Goutha [arredores de Damasco]”, esclarece o relatório.

 

Já era relativamente consensual, o facto de ter havido recurso a gás sarin nos ataques de 21 de Agosto. Há, inclusivamente, relatos, várias vezes noticiados ao longo das últimas semanas, de que a utilização deste gás nervoso tem sido uma prática relativamente habitual ao longo do conflito sírio.

 

“A conclusão é que armas químicas foram utilizadas no conflito em curso na Síria”, pode ler-se no relatório entregue pelos inspectores ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

 

A questão essencial, sobre quem é o responsável pela execução destes ataques, mantém-se indefinida. Contudo, o mandato dos especialistas da ONU passava, somente, pela inspecção à eventual utilização de gás sarin. Esta fica, agora, definitivamente comprovada. O relatório acrescenta que a utilização de armas químicas tem sido feita “numa escala relativamente grande”, desde o início da guerra civil que opõe o regime do presidente Bashar al-Assad a grupos rebeldes.

 

O “Guardian” avança, entretanto, que um Painel das Nações Unidas, na área dos direitos humanos, está a investigar 14 alegados ataques com recurso a armamento químico.

 

Depois de uma cimeira bilateral entre Washington e Moscovo, ficou estabelecido que a Síria terá de eliminar o seu arsenal químico. O regime de Damasco será obrigado a entregar uma “lista detalhada”, do arsenal no prazo de uma semana a contar a partir de sábado. Tanto Damasco como Moscovo pretendem que os Estados Unidos afastem de forma definitiva uma eventual acção militar contra Assad. Para já, a Casa Branca limita-se a assegurar que no caso de Damasco não cumprir de forma integral os procedimentos acordados, haverá “consequências”.

 

Entretanto Ban Ki-moon revelou, esta segunda-feira, depois de conhecer o relatório dos inspectores da ONU, que o acordo de Genebra, também conhecido por “Genebra 2”, alcançado entre a Rússia e os Estados Unidos, prevê que em caso de “incumprimento [sírio] o Conselho de Segurança deve impor medidas ao abrigo do Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas”. Este capítulo prevê o recurso à força através de “acções aéreas, por terra ou mar, que sejam necessárias à manutenção ou reposição da paz e segurança internacionais”. 

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