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Mundo comemora hoje 95 anos de Nelson Mandela
Coros infantis, uma subida ao Kilimanjaro e bandeiras na Volta à França são algumas das acções organizadas para assinalar hoje o 95.º aniversário do líder histórico sul-africano Nelson Mandela, que continua hospitalizado em Pretória em estado crítico.
Em 2010, as Nações Unidas declararam o dia 18 de Julho como o "Mandela Day" e, nesta data, a organização apela a todos os cidadãos para que façam uma boa acção em honra do antigo presidente sul-africano e consagrem simbolicamente 67 minutos à memória dos 67 anos de militância política e pela paz de Nelson Mandela.
As Nações Unidas realizam, em Nova Iorque, um reunião informal da sua assembleia geral que terá como oradores o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, o reverendo Jesse Jackson, o actor e activista Harry Belafonte e Andrew Mlangeni, 87 anos, amigo próximo de Mandela e que com ele esteve preso.
Elementos da missão sul-africana na ONU e do consulado da África do Sul em Nova Iorque irão ainda ajudar a reconstruir casas destruídas em Outubro pelo furacão Sandy e distribuirão fruta e postais comemorativos do Dia Internacional Nelson Mandela numa das principais avenidas da cidade.
Na África do Sul, um coro de milhares de crianças sul-africanas cantará os parabéns a Nelson Mandela logo pela manhã. Pintura de escolas, oferta de roupas aos mais pobres, limpeza de sepulturas dos veteranos da luta anti-apartheid, conferências e debates são outras actividades previstas para assinalar o dia de aniversário do Prémio Nobel da Paz.
Segundo uma sondagem divulgada na quarta-feira, 89% dos jovens sul-africanos afirmaram que planeiam participar nas iniciativas.
As autoridades sul-africanas, nomeadamente o Presidente Jacob Zuma, programaram igualmente um conjunto de iniciativas oficiais, que incluem a inauguração de uma ponte e escolas. Zuma, que está em campanha para as eleições de 2014, deverá ainda presidir a uma cerimónia de entrega de casas em Pretória.
As autoridades escolheram também o dia de aniversário do ícone da democracia sul-africana para entregar os primeiros cartões de identificação biométricos, que serão entregues aos veteranos da luta anti-apartheid, nomeadamente o arcebispo Desmond Tutu ou Ahmed Kathrada, amigo de Mandela que passou 26 anos com ele na cadeia.
Fora da África do Sul, várias celebridades, como o magnata britânico Richard Branson, prometeram envolver-se nas iniciativas "e dar 67 minutos para tornar o mundo melhor". Richard Branson oferecerá uma sessão de formação profissional a jovens empreendedores.
Cerca de uma vintena de cidades norte-americanas promovem vários eventos. Em Melborne, na Austrália, realizar-se-á um megaconcerto de música africana, enquanto um festival de música programado para breve na Noruega deverá ser dedicado a Mandela.
Em Manila, 50 crianças abandonadas vão visitar um estúdio de televisão e assistir à actuação de artistas locais.
Enquanto o mundo celebra o 95.º aniversário de Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul continua internado numa clínica privada em Pretória e o seu estado continua a ser considerado crítico, apesar das declarações de optimismo, nomeadamente do ex-presidente Thabo Mbeki. Thabo Mbeki deu a entender, em declarações recentes, que a saída de Nelson Mandela do hospital poderia estar próxima, mas a presidência sul-africana reafirmou na terça-feira que não se registaram mudanças no estado de saúde de "Madiba", como é conhecido na África do Sul.
Nelson Mandela mantém-se em estado "crítico, mas estável" desde 27 de Junho, respira com a ajuda de uma máquina e continua a comunicar com o olhar com a sua família, referiu a presidência. Hospitalizado há mês e meio, Mandela sofre de uma infecção pulmonar recorrente, uma sequela dos 27 anos de prisão.
Nascido a 18 de Julho de 1918, Nelson Rolihlahla Mandela foi eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul, depois de décadas de luta contra o regime segregacionista da minoria branca que governou a África do Sul.
Herói da luta anti-apartheid, liderou com o último presidente imposto pela minoria branca, Frederik de Klerk, uma transição para a democracia baseada na reconciliação nacional, o que lhe valeu a atribuição do prémio Nobel da paz em 1993.