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Mulheres vão ganhar o mesmo que os homens… daqui a 202 anos

Os dados mostram que a diferença de rendimentos entre sexos continua a ser elevada.

Bruno Simão
24 de Dezembro de 2018 às 18:00
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A boa notícia: a diferença global entre os géneros melhorou. A realidade: as diferenças nas oportunidades económicas, incluindo a discrepância salarial entre homens e mulheres, são tão grandes que serão necessários 202 anos para as eliminar completamente, de acordo com o Fórum Económico Mundial (FEM).

O grupo analisa vários indicadores de igualdade entre homens e mulheres no relatório global sobre disparidade de género deste ano, divulgado no dia 18 de Dezembro. A disparidade de género geral na política, no trabalho, na saúde e na educação melhorou menos de 0,1%, o que significa que demorará 108 anos até alcançar a paridade. A lacuna de oportunidade económica - com base na participação, na remuneração e no avanço na força de trabalho - continua a ser a área que levará mais tempo a chegar à paridade.

 

Os números são uma pequena melhoria em relação aos resultados do ano passado, quando a diferença entre as conquistas e o bem-estar de homens e mulheres se ampliou pela primeira vez em mais de uma década.

 

"O que se observa globalmente é que nenhum país atingiu a igualdade de género, independentemente do nível de desenvolvimento, da região e do tipo de economia. A desigualdade de género é uma realidade em todo o planeta, e estamos a ver isso em todos os aspectos da vida das mulheres", afirmou Anna-Karin Jatfors, directora regional da ONU Mulheres. A responsável acrescentou que "202 anos é um tempo de espera demasiado longo" para a equidade económica.

 

Jatfors disse que os governos podem ajudar a estimular melhorias com políticas de remuneração igualitária e investimento na infraestrutura de cuidados para pais e idosos, além de conceder às mulheres protecções jurídicas, como segurança no emprego durante a gravidez.

 

Houve um "progresso mínimo" desde o relatório do ano passado no indicador de participação e oportunidades económicas, afirmou o FEM, e os países com pior desempenho estão principalmente no Médio Oriente e no Norte de África. Apenas 34% dos gestores mundiais são mulheres, e as diferenças de rendimentos têm sido "particularmente persistentes".

 

Islândia em primeiro

 

A Islândia teve o melhor desempenho na lista pelo 10.º ano consecutivo. O país também permaneceu como o número 1 no fortalecimento político das mulheres, embora tenha caído na representação feminina entre legisladores, altos funcionários e gerentes. Em Outubro, a primeira-ministra Katrin Jakobsdottir esteve entre as mulheres islandesas que fizeram greve em protesto contra a desigualdade salarial e o assédio sexual. Outros países com líderes do sexo feminino - Nova Zelândia e Reino Unido - terminaram em sétimo e décimo quinto lugares.

O fortalecimento político é o aspecto em que a diferença de género continua a ser a mais ampla, de acordo com os resultados. Neste indicador, os EUA caíram do 66.º lugar em 2006 para o 98.º lugar. Ainda assim, nas eleições parlamentares realizadas em Novembro, já depois de os dados do estudo terem sido recolhidos, as mulheres conquistaram um recorde de 102 assentos na Câmara dos EUA até 19 de Novembro, estimuladas pela oposição democrata ao presidente Donald Trump.

 

(Texto original: Women Are on Track to Earn the Same as Men -- in 202 Years)

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