Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Manifestantes detidos em Hong Kong com entrada em vigor de lei anti-protestos

Com a nova lei de segurança nacional da região administrativa especial da China já a produzir efeitos, a qual foi imposta por Pequim, são já centenas os manifestantes detidos pelas autoridades locais.

Reuters
David Santiago dsantiago@negocios.pt 01 de Julho de 2020 às 13:13

Desenhada precisamente para conter os recorrentes protestos que, nos últimos anos, ocupam as ruas de Hong Kong, a nova lei de segurança nacional que entrou hoje em vigor na região administrativa especial chinesa já está a produzir efeitos com a detenção de dezenas de manifestantes pelas autoridades locais.

De acordo com o The Guardian, foram detidos mais de 30 manifestantes, e foi lançado gás pimenta para afastar jornalistas, durante os protestos que hoje decorriam em Hong Kong. A BBC acrescenta que as autoridades detiveram cerca de duas centenas de manifestantes, sendo que a polícia usou ainda canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar os protestos.

Já de acordo com a polícia local, citada pela BBC, foram detidas mais de 180 pessoas, sete delas no âmbito da nova legislação securitária. As autoridades referem que a generalidade das detenções aconteceu devido ao incumprimento das normas de distanciamento social adotadas no decurso da pandemia e que impedem ajuntamentos de mais de 50 pessoas.

Os manifestantes pró-democracia protestavam contra a entrada em vigor de uma medida que temem colocar definitivamente em causa o princípio "um país, dois sistemas" que foi adotado na sequência da transferência da soberania sobre o território do Reino Unido para a China, em 1997.

Esta nova lei de segurança nacional permite punir crimes como secessão, subversão e terrorismo com penas de prisão de até pena perpétua. A legislação permite ainda que esses presos sejam deportados para a China.

Ainda antes da entrada em vigor da legislação, foram vários os países que condenaram a lei, com Reino Unido e Estados Unidos à cabeça. Já esta manhã, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, acusou Pequim de promover uma "clara e séria violação" do tratado forjado entre os dois países aquando da transferência de soberania.

Por seu turno, as autoridades chinesas têm dado garantias de que o alargamento da lei de segurança nacional ao território administrativo não vai colocar em causa o princípio "um país, dois sistemas". Mas por outro lado, Pequim também já alertou que não tolerará ingerências externas na gestão dos seus assuntos domésticos.

Ver comentários
Saber mais Hong Kong Reino Unido China
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio