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Janet Yellen: "Dissociar da China não é uma opção para os EUA, nem para a UE"

A cimeira UE-EUA está marcada para a próxima sexta-feira e, apesar da discussão sobre taxar as importações de alumínio e aço chineses, o Governo norte-americano garante que "dissociar da China não é uma opção".

A secretária do Tesouro dos EUA deu uma entrevista ao programa da ABC “Good Morning America”.
Lusa/EPA
Tiago Sousa 16 de Outubro de 2023 às 17:07

Em vésperas da cimeira UE-EUA, a secretária norte-americana do Tesouro afirmou que a opção de "dissociar da China" não está em cima da mesa nem "para os Estados Unidos, nem para a União Europeia". Ainda assim, garantiu que o acordo para taxar as importações de aço e alumínio provenientes de países como a China está a "ser trabalhado e discutido".

À saída de uma reunião com o presidente do Eurogrupo, Janet Yellen defendeu que o que está a ser feito são "abordagens que se centram na diversificação ou na redução de riscos" e que as duas potências "têm muito a ganhar com a colaboração neste domínio".

Do lado da europeu, Paschal Donohoe sublinhou que os países da União Europeia reconhecem "a importância dos diferentes setores da economia chinesa", tida em conta de modo a garantir que a colaboração é feita de "forma justa". O objetivo, diz, é "perceber as diferentes formas possíveis de minimizar os riscos de um comércio tão importante".

Questionada sobre o desejo de Washington e Bruxelas se unirem para criar uma nova zona comercial conjunta para taxar as importações do aço e do alumínio de vários países, incluindo a China, Janet Yellen remeteu as novidades para a cimeira UE-EUA marcada para o próximo dia 20 de outubro. Ainda assim, garantiu que é "algo que está a ser trabalhado e discutido".

Recorde-se que, para lá das múltiplas sanções comerciais dos Estados Unidos à China, também a relação da Europa com os chineses se agravou depois do anúncio feito por Ursula von der Leyen no discurso do Estado da União. A líder da Comissão Europeia anunciou que seria aberta uma investigação aos subsídios chineses destinados ao fabrico de carros elétricos. Uma medida vista como uma ameaça aos fabricantes europeus.

Apoio à Ucrânia vai exigir "aumento de esforços" económicos

Também a Ucrânia foi um dos principais temas discutidos entre os representantes europeus e norte-americanos. "Uma relação próxima da UE com os Estados Unidos é mais importante do que nunca" pela necessidade de garantir "liberdade, democracia e o respeito pelos direitos humanos", afirmou Donohoe. Mas para isso, acrescenta, é "preciso intensificar os nossos esforços para que as nossas políticas económicas e financeiras sejam ainda mais coordenadas e tenham um impacto maior".

A secretária norte-americana do Tesouro reiterou a importância de reforçar o apoio à Ucrânia e congratulou a União Europeia pelos esforços feitos até agora tendo em vista a reconstrução do país.

"Olhando para os recentes desenvolvimentos na UE, aplaudimos particularmente o compromisso de criar um mecanismo plurianual de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia. Este mecanismo vai cobrir parte das necessidades imediatas de financiamento da Ucrânia e vai permitir um apoio sustentado à reconstrução", sublinhou Yellen.

Sobre a Rússia, a responsável pelo Tesouro norte-americano esclareceu que foram debatidas as estratégias possíveis para "minar a capacidade dos russos de sustentar financeiramente a sua guerra". Para lá das sanções e limites aos preços de petróleo russo, estão a ser desenvolvidos esforços "para reprimir a evasão às sanções e aumentar a pressão sobre o Kremlin".

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