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Guterres não vai recandidatar-se a novo mandato na ONU

Em plena crise de refugiados, o alto-comissário da ONU para os refugiados anunciou que não se vai candidatar a novo mandato. No cargo desde 2005, António Guterres, que já disse que não há dúvidas de que não se vai candidatar a Presidente da República, sai em Dezembro.

Reuters
04 de Setembro de 2015 às 11:38
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António Guterres não vai recandidatar-se à liderança do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). No cargo desde 15 de Junho de 2005, o antigo primeiro-ministro português vai deixar o cargo em Dezembro de 2015.

 

Guterres vai sair do cargo no final do ano, não vai recandidatar-se a novo mandato, indica a Reuters numa notícia publicada esta sexta-feira, 4 de Setembro. "Está de saída. O mandato termina em Dezembro. Não vai recandidatar-se". São palavras de Melissa Fleming à agência de informação.

 

Guterres entrou no cargo em 2005, sucedendo a Ruud Lubbers, tendo sido o décimo alto-comissário para os refugiados.

 

O mandato do português na ONU terminava em Junho mas foi prolongado até Dezembro deste ano. Uma extensão do prazo que baixou as probabilidades de Guterres se candidatar a Presidente da República Portuguesa – o seu nome era dado pela imprensa como o pretendido pelo líder socialista António Costa. As eleições que vão escolher o próximo Chefe de Estado irão realizar-se em Janeiro.

 

Entretanto, além do problema de calendário, o próprio Guterres já quis pôr um ponto final na especulação de que poderia vir a ocupar a liderança do Palácio de Belém. "Já não há dúvida nenhuma", disse, em Abril deste ano, o antigo primeiro-ministro português sobre uma eventual candidatura. "Já me fizeram essa pergunta muitas vezes e eu respondo sempre que não sou candidato a ser candidato". "Sempre me interessei pelo serviço público e pretendo continuar a fazê-lo, mas o que gosto mais de fazer é o tipo de função que tenho actualmente, que permite ter uma acção permanente e directa sobre o que se passa no terreno", declarou, igualmente, numa entrevista à Euronews.

 

O anúncio de que não vai permanecer no cargo ocorre numa altura crítica para o Alto-Comissariado. A guerra na Síria tem sido um dos motores que tem obrigado os cidadãos que passam por África e depois pelo Mediterrâneo à procura de refúgio na Europa, muitos deles atravessando o Mediterrâneo – já se registaram, pelo menos, 2.600 mortos na travessia, segundo a ONU. Neste momento, a União Europeia ainda não tem uma estratégia definida para lidar com a crise que já terá, segundo a mesma fonte, trazido para a Europa mais de 300.000 pessoas.

Em comunicado esta sexta-feira, Guterres também disse que se tem de distribuir pelo menos 200.000 refugiados pelos países da União Europeia, alertando para a necessidade de criação de quotas obrigatórias.

 



 

(Notícia actualizada com mais informações às 11h53)

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