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Guterres diz que prioridade na ONU é "prevenção, prevenção, prevenção"

O candidato a secretário-geral das Nações Unidas António Guterres afirmou na terça-feira aos jornalistas em Nova Iorque que a sua prioridade, caso seja eleito, é "prevenção, prevenção, prevenção".

Reuters
Negócios 13 de Abril de 2016 às 00:14
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"Estamos a gastar 70% dos nossos recursos em [operações de] manutenção de paz. E estamos a gastá-los onde não há paz para manter. Estamos a ver os impactos das mudanças climáticas, os problemas causados pela desigualdade, pela falta de inclusão. Prevenir, focando nos pilares da actividade da ONU de uma forma holística, é claramente a minha prioridade pessoal", explicou esta terça-feira o antigo primeiro-ministro português António Guterres em declarações aos jornalistas após a audição pública na Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Perante cerca de três dezenas de jornalistas que o aguardavam após ter sido entrevistado por representantes de países-membros, Guterres disse que estava "muito satisfeito por ter a oportunidade" de explicar os seus objectivos publicamente.

 

Esta é a primeira vez que a ONU abre as portas no processo de selecção do novo secretário-geral, que irá substituir Ban Ki-moon, que abandona o cargo no final do ano, respondendo a pressões internas e externas para tornar o processo mais aberto ao escrutínio do público.

 

"Acredito que sou uma pessoa extremamente privilegiada. Tive a oportunidade de servir em diferentes cargos, acumulando uma vasta experiência e isto cria uma obrigação de serviço público", disse Guterres, explicando os motivos porque se candidata.

 

O antigo primeiro-ministro português recordou o seu trabalho, na juventude, de voluntariado cívico em bairros pobres de Lisboa, e que foi lá que chegou à conclusão de que a única resposta para os problemas daquela população era política. "Foi por isso que me tornei um político. Depois, percebi que os políticos também tinham limitações", disse.

 

"Não podem entender a frustração de tentar ajudar pessoas em situações desesperantes e saber que não temos solução. Acho que, em nenhum outro lugar do mundo, temos a oportunidade de atacar as causas iniciais do sofrimento humano do que no centro do sistema da ONU. E é por isso que sou candidato", disse.

 

Durante a sessão de hoje, que durou cerca de duas horas, Guterres respondeu a mais de 50 perguntas dos representantes dos estados-membros, sobre temas que foram desde a gestão da organização, às missões de paz, alterações climáticas e Direitos Humanos. 

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