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Governo italiano muda director executivo do FMI que também representa Portugal

O ministro das Finanças italiano decidiu mudar o director executivo que representa no Fundo Monetário Internacional um conjunto de países onde se inclui Portugal e a Grécia.

EPA/Lusa
02 de Novembro de 2018 às 15:00
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Em 2017, Alessandro Leipold, ex-economista da Comissão Europeia e do FMI, foi nomeado pelo então primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, para ser o director executivo do Fundo Monetário Internacional que representa os interesses de um conjunto de países onde se inclui Portugal. Um ano e poucos meses depois, com a entrada do novo Governo, Leipold cede em Novembro o cargo a Domenico Fanizza - uma escolha do actual ministro das Finanças, Giovanni Tria, que causou fricção dentro da actual coligação.

O anúncio foi feito pelo próprio Alessandro Leipold, que estava em fim de mandato, na sua conta de Twitter esta quinta-feira, 1 de Novembro. "Fique-se a saber que agora sou um agente livre", escreveu na sua conta. Leipold foi quadro do FMI durante muitos anos, tendo também passado pela direcção-geral dos assuntos económicos da Comissão Europeia. Mais recentemente desempenhou o cargo de economista-chefe do Lisbon Council, um think tank com sede em Bruxelas. 
Questionado pelo Negócios, o Fundo confirmou a saída de Alessandro Leipold e a entrada de Domenico Fanizza, que agora representará o oitavo grupo de países com maior poder de voto dentro do FMI: Itália, Grécia, Portugal, Malta, Albânia e São Marino. Até agora, Fanizza representava Itália no Banco Africano de Desenvolvimento, mas já tinha passado no Fundo Monetário Internacional durante a sua carreira. 

A indicação dos directores executivos cabe aos países e, neste caso, esta foi uma decisão do ministro das Finanças italiano. A escolha aconteceu em Setembro e, segundo a imprensa italiana, foi feita sem o conhecimento dos partidos da coligação.

O Corriere della Sera escreveu que a fricção foi especialmente intensa com o Movimento 5 Estrelas, liderado por Luigi Di Maio, que descobriu "por acaso" através de um dos outros países envolvidos na escolha. O conflito seria depois mediado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte. 


Questionado pelo Negócios sobre esta decisão, o Ministério das Finanças esclareceu ao final da tarde que a substituição por Fanizza foi consensual dentro do grupo de países: "Em Setembro deste ano, os Estados membros da nossa constituency votaram por consenso na eleição de Domenico Fanizza para um mandato dos próximos dois anos", respondeu o gabinete de Mário Centeno.

Domenico Fanizza vai representar um grupo constituído por Itália, Grécia, Portugal, Malta, Albânia e São Marino que detém 4,13% dos votos no conselho de administração do Fundo Monetário Internacional. Esta entidade é responsável por gerir o dia-a-dia da entidade liderada por Christine Lagarde, que partilha essa liderança com mais 24 directores executivos. O que tem mais peso é o dos EUA, que detém 16,52% dos votos.

(Notícia actualizada às 21h38 com a resposta do Ministério das Finanças)
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