Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

EUA insistem em não descartar "acção militar" contra a Coreia do Norte

O chefe da diplomacia americana mantém todas as opções em cima da mesa relativamente à Coreia do Norte, e reitera que Washington está disponível para uma "acção militar, se necessário" contra Pyongyang. China e Guterres defendem manutenção de canais de comunicação abertos.

Reuters
28 de Abril de 2017 às 18:41
  • ...

Depois de Donald Trump ter avisado que "há uma hipótese de termos um grande, grande conflito com a Coreia do Norte", o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, reiterou essa mensagem assumindo que Washington está disponível para realizar uma "acção militar, se necessário" contra Pyongyang.

 

Durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que decorre esta sexta-feira, 28 de Abril, e em que está a ser discutida a possibilidade de reforço de sanções contra Pyongyang, o discurso feito por Tillerson confirmou que a situação na península coreana é nesta altura um dos principais focos de ameaça à segurança internacional.

 

"A Coreia do Norte deixa o nordeste da Ásia e o mundo mais próximos de instabilidade e de um conflito alargado", sustentou o chefe da diplomacia americana referindo-se à prossecução de ensaios com mísseis pelo país liderado pelo ditador Kim Jong-un.

 

Tillerson sublinhou que "a ameaça de um ataque norte-coreano contra Seul ou Tóquio é real" e que "é uma questão de tempo até a Coreia do Norte desenvolver a capacidade para atingir o território americano". Como tal, "todas as opções para responder a futuras provocações têm de continuar em cima da mesa", defendeu o antigo director-executivo da Exxon Mobile que apelou à comunidade internacional para pressionar o regime norte-coreano a acatar as resoluções da ONU e assim evitar "consequências catastróficas".

 

Antes de Tillerson já António Guterres tinha intervindo para avisar que "a ausência de canais de comunicação com a Coreia do Norte é perigosa", com o secretário-geral da ONU a salientar a necessidade de "agir já para prevenir um conflito".

 

Numa abordagem próxima à da esperada argumentação de Guterres, também a China se mostrou favorável à prevalência de uma linha de diálogo. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, garante que o recurso a acções militares apenas resultará em "maiores desastres" e que "a chave para a resolução desta questão nuclear na península não está nas mãos chinesas".

 

Contudo, Rex Tillerson insiste na importância de também Pequim – o principal aliado de Pyongyang – tomar posição para evitar o escalar da tensão na península coreana, lembrando que as mercadorias chinesas representam cerca de 90% do comércio norte-coreano. Ao longo dos 100 dias de presidência de Donald Trump, o presidente americano já instou o seu homólogo, Xi Jinping, a contribuir para resolver a crise com a Coreia do Norte. 

 

A agência Reuters resume da seguinte forma o impasse: a China quer iniciar conversações antes de exigir a Pyongyang a interrupção dos intentos nucleares, enquanto os Estados Unidos querem que o regime de Kim Jong-un interrompa os testes com mísseis balísticos e que acabe com as provocações antes de iniciarem negociações.

 

Tendo em conta os avisos já feitos por Washington, a mobilização de embarcações de guerra para a região - ou a instalação, antes da data prevista, de um sistema de defesa anti-míssil na Coreia do Sul - a Rússia frisou que "uma medida mal-interpretada pode desencadear consequências muito assustadoras". 

 

Com o avolumar da tensão, o secretário de Estado americano dirigiu-se hoje ao órgão constituído por 15 membros (cinco permanentes e 10 não-permanentes) criticando os seus pares - concretamente a China - por não cumprirem integralmente as sanções impostas a Pyongyang, considerando essa a razão principal para o actual problema. E assegurou desde já que os EUA não tencionam regressar à mesa de negociações com a Coreia do Norte, porque isso seria "recompensar" as sistemáticas violações do país às resoluções da ONU.

Ver comentários
Saber mais Coreia do Norte Estados Unidos Rex Tillerson Wang Yi Donald Trump Conselho Segurança ONU China Rússia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio