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Coreia do Norte realiza exercícios militares, China tenta serenar os ânimos

A Coreia do Norte terá realizado hoje exercícios militares de grande escala na costa Este do país, como forma de assinalar o 85.º aniversário da criação do exército do país.

Reuters
25 de Abril de 2017 às 18:40
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Continua a escalada de tensão na Península da Coreia. Na véspera de a Casa Branca chamar todos os senadores para um pouco habitual briefing sobre a Coreia do Norte, Kim Jong-Un ordenou o maior exercício de artilharia de sempre do país, ao disparar entre 300 a 400 unidades de artilharia perto da cidade portuária de Wonsan, na costa Este da península, escreve o Independent.

 

O exercício, que serviu para marcar o 85.º aniversário da criação do exército norte coreano, terá sido supervisionado por Kim Jong-Un e coincide com manobras militares dos Estados Unidos na região e a chegada do submarino nuclear USS Michigan à Coreia do Sul.

 

Nas últimas semanas aumentaram os receios de que a Coreia do Norte se estava a preparar para fazer outro teste de armamento nuclear ou um grande lançamento de mísseis, desafiando as sanções das Nações Unidas. Em vez disso, a demonstração de hoje concentrou-se em artilharia de longo alcance. "A Coreia do Norte está a executar esta tarde um exercício de fogo de grande escala na zona de Wonsan", afirmou em comunicado o exército da Coreia do Sul, citado pela Reuters, sublinhando que está a monitorizar a situação e preparado para actuar.

 

Ao mesmo tempo que este exercício era levado a cabo, os EUA elevavam também a parada militar. O super porta-aviões USS Car Vinson deverá chegar em breve à Coreia do Sul, onde já está o submarino nuclear USS Michigan, equipado com mísseis Tomahawk. Ontem, a Casa Branca anunciou que quarta-feira os secretários de Estado e da Defesa dos EUA receberão todos os senadores norte-americanos para um briefing sobre a situação da Coreia do Norte. Uma reunião pouco habitual.

 

Pyongyang continua a mostrar-se desafiante perante as ameaças de Washington. O jornal oficial Rodong Sinmun avisa no seu editorial que vai acabar com o historial de "chantagem" dos Estados Unidos. "Não existem limites para o poder de fogo do Exército do Povo da Coreia, armado com o nosso equipamento militar de ponta, incluindo várias armas nucleares miniaturizadas e de precisão e mísseis balísticos lançados a partir de submarinos", escreve.

 

A China, o único grande aliado da Coreia, tem tentado aliviar a tensão entre Washington e Pyongyang. Esta manhã, enviou para Tóquio o diplomata Wu Dawei para participar em conversas com responsáveis do governo japonês, da Coreia Sul e dos EUA, com o objectivo de evitar o confronto armado. "Esperamos que todos os lados, incluindo o Japão, possam trabalhar com a China para promover uma resolução pacífica da questão e desempenhar o papel, fazer o esforço e assumir a responsabilidade que devem assumir", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, citado pela Reuters.

 

O New York Times escreve que, nos últimos meses, Pequim tem-se mostrado cada vez mais impaciente com o comportamento norte-coreano. Resta saber se o Presidente Xi Jinping tem influência suficiente sobre Kim Jong-Un para evitar que este ordene um teste nuclear - que poderá servir de pretexto para um ataque dos EUA – ou sobre Donald Trump, para que este não avance com uma solução bélica. Segunda-feira, Xi Jiping falou por telefone com o Presidente dos EUA e pediu-lhe contenção.

 

O editorial de hoje do Global Times avisava precisamente que "a influência da China sobre toda a situação é muito limitada". "Os EUA esperam que a China possa ser um mágico a gerir a actividade nuclear de Pyongyang, enquanto Pyongyang espera que Pequim faça pressão contra a ameaça de guerra dos EUA e da Coreia do Sul. No final, a China não poderá contentar totalmente nenhum dos lados."

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