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EUA aceitam dialogar com o Irão "sem condições pré-estabelecidas"

Garantia foi dada por Milke Pompeo. Ainda assim, o secretário de Estado norte-americano garante que o seu país não diminuirá a campanha de "pressão máxima" sobre Teerão.

Reuters
02 de Junho de 2019 às 14:29
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Os Estados Unidos estão prontos a dialogar com o Irão "sem condições pré-estabelecidas", mas sem diminuir "a campanha de "pressão máxima" a Teerão, afirmou hoje o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, em Bellinzona, na Suíça.

Mike Pompeo, com encontro marcado para hoje com o primeiro-ministro suíço, Ignazio Cassis, naquela localidade do sul da Suíça, salientou que os Estados Unidos continuarão a pressionar o Irão, para que seja possível "parar radicalmente as atividades destrutivas e a força revolucionária da República Islâmica".

É a primeira vez que a administração dos Estados Unidos, que se retirou há um ano do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, assume claramente a disponibilidade para conversações com o Irão sem condições prévias.

Há um ano, Mike Pompeo impôs 12 condições draconianas para concluir "um novo acordo", nomeadamente matérias de restrições ao programa nuclear iraniano e também travão às atividades regionais do regime de Teerão.

Desde 2018 que a tensão entre os Estados Unidos e o Irão aumentou, voltando a pairar a ameaça de conflito. A tensão entre os dois países cresceu desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou, unilateralmente, o país do acordo nuclear de 2015 e restaurou as sanções norte-americanas, que arruínam a economia iraniana.

Em maio, registou-se uma escalada, após a República Islâmica ter suspendido alguns dos seus compromissos nucleares, com Washington a acusar Teerão de preparar ofensivas contra os seus interesses no Médio Oriente e a reforçar a sua presença militar no Golfo Pérsico.

O acordo internacional sobre o nuclear iraniano foi assinado em 2015 entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China - mais a Alemanha).

A República Islâmica comprometeu-se a aceitar limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear, que sempre garantiu ser apenas civil, em troca do levantamento das sanções internacionais.


Em 8 de maio de 2018, o Presidente Donald Trump anunciou o abandono do acordo, acusando o Governo iraniano de incumprimento, apesar de a Agência Internacional de Energia Atómica ter certificado em vários relatórios o cumprimento dos compromissos por parte do Irão.

Após anunciar a retirada do acordo nuclear, os Estados Unidos restabeleceram, em agosto de 2018, sanções bilaterais relativas ao setor financeiro e comercial e, em novembro, ao setor da energia.

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