Notícia
Dois mil bilionários têm mais riqueza do que 60% da população mundial
Os 2.153 bilionários do mundo tinham em 2019 mais riqueza do que 4,6 mil milhões de pessoas, 60% da população mundial, alerta hoje a Oxfam, segundo a qual a desigualdade económica e de género está fora de controlo.
20 de Janeiro de 2020 às 07:49
Estas informações constam do relatório "Tempo de Cuidar -- O trabalho de cuidador mal remunerado e não pago e a crise global da desigualdade", que é lançando hoje pela Oxfam, na véspera do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, que se realiza entre terça-feira e sexta-feira.
Segundo o documento da organização não-governamental, o grande fosso entre ricos e pobres baseia-se num sistema económico sexista e falhado, que valoriza mais a riqueza de um grupo de poucos privilegiados, na sua maioria homens, do que vários milhões de horas dedicadas ao trabalho mais essencial - o de cuidador não remunerado ou mal pago, cuidados prestados principalmente por mulheres e raparigas em todo o mundo.
De acordo com dados do relatório, a desigualdade global está em níveis recordes e o número de bilionários duplicou na última década.
Os 22 homens mais ricos do mundo detêm mais riqueza do que todas as mulheres que vivem em África. Um por cento dos mais ricos do mundo detêm mais do dobro da riqueza de 6,9 mil milhões de pessoas.
Novas estimativas do Banco Mundial revelam que quase metade da população no mundo sobrevive com menos de 5,50 dólares (4,9 euros) por dia e que a taxa de redução da pobreza caiu pela metade desde 2013.
As tarefas diárias de cuidar de outras pessoas, cozinhar, limpar, buscar água e lenha são essenciais para o bem-estar de sociedades, comunidades e para o funcionamento da economia. A pesada e desigual responsabilidade por esse trabalho de cuidado perpetua as desigualdades de género e económica, escrevem os autores do relatório.
As mulheres também são maioria na força remunerada no trabalho de cuidador, acrescentam. Enfermeiras, trabalhadoras domésticas e cuidadoras são em geral mal pagas, têm poucos benefícios e trabalham em horários irregulares, além de sofrerem problemas físicos e emocionais.
Segundo o relatório, as mulheres fazem mais de 75% de todo trabalho de cuidado não remunerado do mundo. Frequentemente, estas trabalham menos horas em seus empregos ou têm de abandoná-los por causa da carga horária com o cuidado.
Em todo o mundo, 42% das mulheres não conseguem um emprego porque são responsáveis por todo o trabalho de cuidador, enquanto nos homens esse percentual é de apenas 6%.
Mulheres e raparigas em todo o mundo dedicam 12,5 mil milhões de horas, todos os dias, ao trabalho de cuidado não remunerado -- uma contribuição de pelo menos 10,8 biliões de dólares (9,6 biliões de euros) por ano à economia global -- mais de três vezes o valor da indústria de tecnologia do mundo.
A Oxfam alerta que o problema deve agravar-se na próxima década, à medida que a população mundial aumenta e envelhece. Estima-se que 2,3 mil milhões de pessoas vão precisar de cuidados em 2030 -- um aumento de 200 milhões desde 2015.
O relatório "Tempo de Cuidar" revela também como Governos estão a cobrar poucos impostos dos mais ricos e de grandes empresas, abandonando a opção de levantar os recursos necessários para reduzir a pobreza e as desigualdades.
Se o 1% mais rico do mundo pagasse uma taxa extra de 0,5% sobre sua riqueza nos próximos 10 anos seria possível criar 117 milhões de empregos em educação, saúde e de cuidado para idosos, estima a organização.
Os governos estão a subfinanciar serviços públicos e infraestruturas essenciais que deveriam reduzir o peso do trabalho de cuidador sobre mulheres e jovens. Investir em saneamento básico, eletricidade, creches e saúde, por exemplo, poderia dar às mulheres e raparigas oportunidades para melhorarem a qualidade de suas vidas, sugerem os autores do relatório.
Segundo a Oxfam, essa situação precisa de mudar e os Governos devem agir para construir uma economia humana que seja feminista e que valorize o que realmente importa para a sociedade, em vez de promover uma busca interminável pelo lucro e pela riqueza.
O relatório indica que é necessário investir em sistemas nacionais de cuidado para resolver a questão da responsabilidade desproporcional assumida pelo trabalho de mulheres e raparigas, adotar um sistema de tributação progressiva, com taxas sobre riquezas, e legislar em favor de quem é cuidador, são passos possíveis e cruciais a serem dados para uma mudança.
Segundo o documento da organização não-governamental, o grande fosso entre ricos e pobres baseia-se num sistema económico sexista e falhado, que valoriza mais a riqueza de um grupo de poucos privilegiados, na sua maioria homens, do que vários milhões de horas dedicadas ao trabalho mais essencial - o de cuidador não remunerado ou mal pago, cuidados prestados principalmente por mulheres e raparigas em todo o mundo.
Os 22 homens mais ricos do mundo detêm mais riqueza do que todas as mulheres que vivem em África. Um por cento dos mais ricos do mundo detêm mais do dobro da riqueza de 6,9 mil milhões de pessoas.
Novas estimativas do Banco Mundial revelam que quase metade da população no mundo sobrevive com menos de 5,50 dólares (4,9 euros) por dia e que a taxa de redução da pobreza caiu pela metade desde 2013.
As tarefas diárias de cuidar de outras pessoas, cozinhar, limpar, buscar água e lenha são essenciais para o bem-estar de sociedades, comunidades e para o funcionamento da economia. A pesada e desigual responsabilidade por esse trabalho de cuidado perpetua as desigualdades de género e económica, escrevem os autores do relatório.
As mulheres também são maioria na força remunerada no trabalho de cuidador, acrescentam. Enfermeiras, trabalhadoras domésticas e cuidadoras são em geral mal pagas, têm poucos benefícios e trabalham em horários irregulares, além de sofrerem problemas físicos e emocionais.
Segundo o relatório, as mulheres fazem mais de 75% de todo trabalho de cuidado não remunerado do mundo. Frequentemente, estas trabalham menos horas em seus empregos ou têm de abandoná-los por causa da carga horária com o cuidado.
Em todo o mundo, 42% das mulheres não conseguem um emprego porque são responsáveis por todo o trabalho de cuidador, enquanto nos homens esse percentual é de apenas 6%.
Mulheres e raparigas em todo o mundo dedicam 12,5 mil milhões de horas, todos os dias, ao trabalho de cuidado não remunerado -- uma contribuição de pelo menos 10,8 biliões de dólares (9,6 biliões de euros) por ano à economia global -- mais de três vezes o valor da indústria de tecnologia do mundo.
A Oxfam alerta que o problema deve agravar-se na próxima década, à medida que a população mundial aumenta e envelhece. Estima-se que 2,3 mil milhões de pessoas vão precisar de cuidados em 2030 -- um aumento de 200 milhões desde 2015.
O relatório "Tempo de Cuidar" revela também como Governos estão a cobrar poucos impostos dos mais ricos e de grandes empresas, abandonando a opção de levantar os recursos necessários para reduzir a pobreza e as desigualdades.
Se o 1% mais rico do mundo pagasse uma taxa extra de 0,5% sobre sua riqueza nos próximos 10 anos seria possível criar 117 milhões de empregos em educação, saúde e de cuidado para idosos, estima a organização.
Os governos estão a subfinanciar serviços públicos e infraestruturas essenciais que deveriam reduzir o peso do trabalho de cuidador sobre mulheres e jovens. Investir em saneamento básico, eletricidade, creches e saúde, por exemplo, poderia dar às mulheres e raparigas oportunidades para melhorarem a qualidade de suas vidas, sugerem os autores do relatório.
Segundo a Oxfam, essa situação precisa de mudar e os Governos devem agir para construir uma economia humana que seja feminista e que valorize o que realmente importa para a sociedade, em vez de promover uma busca interminável pelo lucro e pela riqueza.
O relatório indica que é necessário investir em sistemas nacionais de cuidado para resolver a questão da responsabilidade desproporcional assumida pelo trabalho de mulheres e raparigas, adotar um sistema de tributação progressiva, com taxas sobre riquezas, e legislar em favor de quem é cuidador, são passos possíveis e cruciais a serem dados para uma mudança.