Notícia
Disputas Rússia-Ucrânia e EUA-China entre principais conflitos em 2022
Os Estados Unidos retiraram o foco do Afeganistão para se concentrarem numa política clara de conter a China, estratégia potenciada pelo pacto de defesa assinado entre norte-americanos, australianos e britânicos para enfrentar Pequim no Indo-Pacífico, o chamado AUKUS.
29 de Dezembro de 2021 às 23:12
Os principais conflitos mundiais em 2022 incluirão a potencial invasão da Ucrânia pela Rússia, as consequências da governação dos talibãs no Afeganistão e a disputa entre os Estados Unidos e a China, prevê o International Crisis Group (ICG).
Segundo a análise do centro de investigação sobre conflitos, permanecem dúvidas sobre uma potencial invasão da Ucrânia pela Rússia, mas é "um erro" descartar esta ameaça. A crise começou em 2014, quando o Presidente russo Vladimir Putin decidiu anexar a Crimeia e apoiou separatistas na região de Donbass, no leste da Ucrânia.
O conflito, classificado como o principal na antevisão do ICG para o novo ano, agudizou-se em 2021, quando foi desfeita a trégua acordada entre Putin e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que assumiu o poder em 2019.
Durante a primavera deste ano, a Rússia movimentou mais de cem mil militares para perto da fronteira com a Ucrânia.
Moscovo tem negado qualquer intenção bélica e afirma sentir-se sob ameaça das "provocações" de Kiev e da NATO, e exigiu que a Aliança Atlântica se comprometa a não estender a presença no espaço da antiga União Soviética.
O ICG alerta ainda que a tomada do poder dos talibãs no Afeganistão em agosto aumentou o potencial de novos conflitos neste país, apesar de a retirada dos EUA representar o encerramento de um capítulo de guerra.
Com o colapso do governo afegão, em agosto os talibãs conquistaram Cabul praticamente sem oposição, ocupando este país o terceiro lugar na lista de potenciais conflitos do ICG.
O mundo respondeu à ascensão dos talibãs congelando os ativos do Estado afegão ou suspendendo a ajuda financeira, o que piora a situação humanitária do país - e as Nações Unidas estimam que 23 milhões de pessoas, mais de metade da população, passarão fome este inverno.
Para o ICG, as Nações Unidas e os Estados Unidos, que suspenderam algumas sanções para permitirem ajuda humanitária, devem ir mais além e permitir que a atividade económica regularize, alertando que a alternativa é deixar os afegãos morrerem.
Os Estados Unidos retiraram o foco do Afeganistão para se concentrarem numa política clara de conter a China, estratégia potenciada pelo pacto de defesa assinado entre norte-americanos, australianos e britânicos para enfrentar Pequim no Indo-Pacífico, o chamado AUKUS.
Para o ICG, que classifica este conflito no quarto lugar, esta é uma nítida ilustração das aspirações de Washington em passar para uma política de grande poder para dissuadir Pequim.
Para os líderes norte-americanos, o desenvolvimento da China nos últimos anos confere um potencial de ascensão a um rival que explora organismos e regras internacionais em seu benefício.
A rivalidade entre norte-americanos e chineses ensombra grandes questões mundiais, alerta o ICG.
Também uma possível falha do acordo nuclear entre o Irão e as potências mundiais pode ter consequências desastrosas, pois permitirá que o programa nuclear do Irão continue sem obstáculos.
Este potencial conflito, que ocupa o quinto lugar na lista do ICG, pode levar o Irão a atacar todo o Médio Oriente, sublinha a ONG.
Outros conflitos destacados pelo International Crisis Group para 2022 são a Etiópia (em segundo lugar do ranking), a guerra no Iémen (6.º lugar), o conflito israelo-palestiniano (7.º lugar), as crises no Haiti (8.º lugar) e Myanmar (9.º lugar) e a presença de grupos terroristas islâmicos em várias regiões de África (10.º lugar).
Segundo a análise do centro de investigação sobre conflitos, permanecem dúvidas sobre uma potencial invasão da Ucrânia pela Rússia, mas é "um erro" descartar esta ameaça. A crise começou em 2014, quando o Presidente russo Vladimir Putin decidiu anexar a Crimeia e apoiou separatistas na região de Donbass, no leste da Ucrânia.
Durante a primavera deste ano, a Rússia movimentou mais de cem mil militares para perto da fronteira com a Ucrânia.
Moscovo tem negado qualquer intenção bélica e afirma sentir-se sob ameaça das "provocações" de Kiev e da NATO, e exigiu que a Aliança Atlântica se comprometa a não estender a presença no espaço da antiga União Soviética.
O ICG alerta ainda que a tomada do poder dos talibãs no Afeganistão em agosto aumentou o potencial de novos conflitos neste país, apesar de a retirada dos EUA representar o encerramento de um capítulo de guerra.
Com o colapso do governo afegão, em agosto os talibãs conquistaram Cabul praticamente sem oposição, ocupando este país o terceiro lugar na lista de potenciais conflitos do ICG.
O mundo respondeu à ascensão dos talibãs congelando os ativos do Estado afegão ou suspendendo a ajuda financeira, o que piora a situação humanitária do país - e as Nações Unidas estimam que 23 milhões de pessoas, mais de metade da população, passarão fome este inverno.
Para o ICG, as Nações Unidas e os Estados Unidos, que suspenderam algumas sanções para permitirem ajuda humanitária, devem ir mais além e permitir que a atividade económica regularize, alertando que a alternativa é deixar os afegãos morrerem.
Os Estados Unidos retiraram o foco do Afeganistão para se concentrarem numa política clara de conter a China, estratégia potenciada pelo pacto de defesa assinado entre norte-americanos, australianos e britânicos para enfrentar Pequim no Indo-Pacífico, o chamado AUKUS.
Para o ICG, que classifica este conflito no quarto lugar, esta é uma nítida ilustração das aspirações de Washington em passar para uma política de grande poder para dissuadir Pequim.
Para os líderes norte-americanos, o desenvolvimento da China nos últimos anos confere um potencial de ascensão a um rival que explora organismos e regras internacionais em seu benefício.
A rivalidade entre norte-americanos e chineses ensombra grandes questões mundiais, alerta o ICG.
Também uma possível falha do acordo nuclear entre o Irão e as potências mundiais pode ter consequências desastrosas, pois permitirá que o programa nuclear do Irão continue sem obstáculos.
Este potencial conflito, que ocupa o quinto lugar na lista do ICG, pode levar o Irão a atacar todo o Médio Oriente, sublinha a ONG.
Outros conflitos destacados pelo International Crisis Group para 2022 são a Etiópia (em segundo lugar do ranking), a guerra no Iémen (6.º lugar), o conflito israelo-palestiniano (7.º lugar), as crises no Haiti (8.º lugar) e Myanmar (9.º lugar) e a presença de grupos terroristas islâmicos em várias regiões de África (10.º lugar).