Notícia
Contas nacionais e desemprego estrutural são principais ameaças à estabilidade mundial
As crises orçamentais em alguns "países-chave" representam o maior risco para a estabilidade global em 2014, concluiu um inquérito junto dos participantes do Fórum Económico em Davos, que conta com a participação do ministro da Economia. Desemprego estrutural e crises hídricas estão entre principais ameaças à estabilidade mundial.
A maior preocupação dos participantes no Fórum Económico Mundial (WEF, sigla original) relativamente à estabilidade mundial é o risco de crises orçamentais em alguns "países-chave". Um risco que está ligado com a possibilidade do desemprego estrutural limitar o futuro das gerações mais novas, segundo a edição deste ano do estudo "Riscos Globais" realizado pelo WEF.
Estas ameaças estão directamente ligadas com a possibilidade de existirem problemas sociais, entre os quais a desigualdade de rendimentos e a instabilidade social e política.
O terceiro risco identificado pelos participantes neste estudo, no qual participaram líderes e especialistas que estarão presentes em Davos, entre 22 e 25 de Janeiro, é o das crises hídricas, que pode resultar em problemas locais e no aumento do custo global dos bens alimentares.
"Os riscos que implicam maiores preocupações para os inquiridos são as crises orçamentais em economias-chave, desemprego estruturalmente elevado e as crises hídricas", resume o relatório que identificou as ameaças em função do nível de preocupação, probabilidade e impacto e ainda pela interligação entre elas.
Num contexto mais abrangente, encontram-se os riscos de “elevado impacto e com elevada probabilidade” de ocorrerem, lê-se no relatório. Consistem, sobretudo, em problemas de natureza natural e económica. Eventos climáticos extremos e falhas na mitigação do risco das alterações climáticas, bem como um falhanço nas regras de governação ("governance") globais, podem provocar uma cadeia de acontecimentos que ameaçam a estabilidade económica.
Os inquiridos que se preparam para comparecem em Davos disseram ainda ser importante "monitorizar tendências" que dizem respeito à falta de liderança, desigualdades persistentes entre os géneros e má gestão de dados (“data mismanagement”). Além da poluição, o risco de acidentes e os excessos na utilização da tecnologia devem ser acompanhados, diz o relatório, que destaca ainda os avanços na área da biologia sintética, veículos automóveis automatizados [ao nível da navegação] e impressão a três dimensões.
A página on-line do Fórum Económico Mundial diz que são quatro os portugueses a participarem nas reuniões de Davos. O ministro da Economia António Pires de Lima vai representar o Governo português, com o secretário de Estado Leonardo Mathias.
No entanto, no total serão 10 os portugueses a reunir na cidade suíça, segundo avança o "Diário Económico". Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia e António Guterres, comissário das Nações Unidas também vão estar presentes. O médico português Francisco Goiana da Silva estará como representante da Organização Mundial de Saúde.
Do sector privado contam-se, ainda, Pedro Soares dos Santos da Jerónimo Martins, António Simões do HSBC, Beatriz Pessoa de Araújo da firma de advogados norte-americana Baker & McKenzie e o director da Yahoo! Henrque de Castro. Rui Amaral, director da firma controlada por portugueses Eurocash, também estará presente.