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China vai rastrear instituições "too big too fail" e apertar regras

A China parece estar a apostar na prevenção de uma crise financeira numa altura em que alguns indicadores económicos, como a dívida, começam a preocupar.

A moeda chinesa arrastou as bolsas de todo o mundo no Verão de 2015. Na madrugada de 10 para 11 de Agosto, o Banco Popular da China anunciou a maior desvalorização do yuan desde os anos 90, ao mesmo tempo que flexibilizava a cotação da sua divisa. A decisão fez tremer os mercados, uma vez que os investidores começaram a ter dúvidas sobre a real saúde da economia chinesa. A desvalorização foi entendida como um sinal de preocupante debilidade, como que numa tentativa de evitar que a sua desaceleração após um crescimento em torno de dois dígitos resultasse numa recessão.
Praticamente todo o mês de Agosto foi de queda nas bolsas, tendo a sessão de dia 24 sido apelidada de 'segunda-feira-negra', uma vez que se viveu 'mini-crash'. No dia seguinte, a China voltou a intervir para tentar travar a espiral de queda nos mercados e o banco central avançou com o quinto corte de juros desde Novembro de 2014, numa tentativa de estimular a economia. Resultou: as bolsas mundiais dispararam, a corrigirem da pior sessão em sete anos.
Reuters
10 de Outubro de 2018 às 13:08
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A China vai aumentar a lista de entidades que considera "too big too fail", isto é, aquelas que têm uma importância sistémica, na sequência de um rastreio às maiores instituições financeiras, avança a Bloomberg. As seleccionadas vão estar sujeitas a regras mais apertadas.

O número de instituições a integrar a lista do Governo chinês deverá crescer em cerca de 50, avançam fontes próximas do processo, as quais preferiram não ser identificadas. Para já, são 20 os bancos que estão identificados como parte deste grupo.

As firmas que receberem o rótulo de "too big too fail" vão estar sujeitas a requisitos de capital extra e podem enfrentar nova regulação quanto ao nível de alavancagem, risco, exposição e transparência.

Estas medidas poderão ajudar na prevenção de futuras crises financeiras, numa altura em que a dívida chinesa está a atingir níveis sem precedentes, o que tem contribuído para animar os mercados internacionais mas tem simultaneamente alarmado instituições como o FMI. Esta semana o Governo chinês trouxe ao mercado 3 mil milhões de dólares em dívida, oportunidade dirigida a investidores internacionais.

O país presidido por Xi Jiping debate-se agora com um difícil balanço entre assegurar o crédito necessário para fazer frente a ameaças como a guerra comercial e, por outro lado, refrear os excessos financeiros.  

"Os reguladores chineses estão a tentar evitar o risco financeiro enquanto os níveis de crédito se mantêm muito altos", comentou um analista da Capital Securities Corp, consultado pela Bloomberg. "Incluir mais empresas entre as de importância sistémica vai pressioná-las a reforçar a respectiva posição de capital", concluiu o mesmo analista.

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