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“Chefs” conceituados revelam as melhores cidades no mundo para comer
Toda a gente sabe que pode comer refeições maravilhosas em cidades como Paris, Nova Iorque, Londres e Tóquio. Mas e outros destinos gastronómicos, com pratos deliciosos que mais facilmente encontramos em restaurantes banais do que em restaurantes finos?
Pedimos sugestões aos "chefs" de topo mundial sobre as suas cidades favoritas para comer, dos mercados no Gana, em África, passando pelas ruas cheias e barulhentas de Calcutá até a uma pequena ilha em Auckland, na Nova Zelândia.
Conheças as suas recomendações:
Buenos Aires, Argentina
Mauro Colegreco detém o título de Melhor Restaurante do Mundo com o Mirazur, que fica no sul de França. Mas continua a sentir saudades da comida da sua nação, a Argentina. "O país e a cozinha estão incrivelmente perto do meu coração", afirmou. "Regresso frequentemente a La Plata e a Buenos Aires para ver a família e passar algum tempo por lá. Em Buenos Aires recomendo sempre o Parrilla Don Julio, que oferece a melhor comida argentina cozinhada por um especialista sem paralelo. Para um brunch ou um almoço relaxado, o Narda Comedor oferece ‘comfort food’ com ingredientes frescos."
Melbourne, Austrália
O britânico Ashley Palmer-Watts é "chef" no Dinner by Heston Blumenthal em Londres e Melbourne, cidade na qual se apaixonou pela cozinha. "Melbourne é fantástica devido à variedade de tipos de restaurantes", revelou. "São muito acessíveis, com boa e saborosa comida. Os meus restaurantes preferidos são o Cutler & Co e a MoVida. Adoro sentar-me no bar. Também o bar de vinho Marion, que é gerido pelo Andrew McConnell do Cutler. Pode comer comida fantástica, beber bom vinho e tem um serviço fantástico. É muito fácil e diverso."
Accra, Gana
"Há ‘street food’ fabulosa em Accra", afirma a "chef" Selassie Atadika, que celebra a cozinha africana no Midunu. "Há de tudo desde donuts a ‘hausa koko’ (uma papa de milho temperada) e ‘waakye’ (arroz e feijão) até ‘snacks’ de batata frita com ‘shito’ (conserva de molho de pimenta com camarão seco). Depois há ‘kenkey’ (milho fermentado) no mercado de Osu e ‘akpeteshie’ gelada (aguardente feita de vinho de palma ou sumo de cana de açúcar), bem como ‘cocktails’ com música ao vivo no bar Republic."
Calcutá, Índia
A "chef" Asma Khan do Darjeeling Express, em Londres saboreia a comida da sua terra Natal, Kolkata, ou Calcutá. "Há uma experiência gastronómica única, a não perder se estiver em Calcutá num fim de semana: Terreti Bazar on Sun Yat Sem Street. É fascinante, com tendas chinesas e indianas a vender o pequeno-almoço." Outra das suas recomendações inclui o Arsalan, Park Circus, para um biryani, e o Shiraz para um Mughlai clássico. "E nenhuma viagem ficará completa sem um ‘kebab’. O lugar de origem é Nizam’s, por trás do Novo Mercado" (Pessoalmente, o meu restaurante favorito em Calcutá é o Mocambo, que tem escrito a sua história desde 1956).
Bombaim, Índia
Ravinder Bhogal do Jikoni, em Londres, adora a comida de Bombaim. "É um mosaico que concilia o antigo com o novo e muita diversidade", afirmou a "chef". Ravinder Bhogal gosta dos pratos vegetarianos em sítios como o Shree Thaker Bhojanalay e o Swati Snacks; e do Trishna ou o Mahesh Lunch para uma mariscada Maharashtrian. Depois há o restaurante Wasabi, no Taj Mahal Palace, de comida japonesa. "O que é atualmente emocionante são os jovens ‘chefs’ como Thomas Zakaria no Bombay Canteen, que viajou pelo mundo e trabalhou em restaurantes de renome em Londres e Nova Iorque."
Dublin, Irlanda
O "chef" francês Pierre Koffmann é um recém-convertido a Dublin, depois de duas visitas à Irlanda (vive atualmente em Londres). "Fiquei maravilhado com a comida", afirmou. "E o serviço é ainda mais impressionante. Os irlandeses são muito amigáveis e hospitaleiros. Eles adoram comer e beber e amam a vida. Nós fomos a dois sítios particularmente bons. Aimsir fica longe, mas vale a pena. Foi tudo fantástico e as boas-vindas estiveram entre as melhores que tive em toda a minha vida. O The GreenHouse foi mais clássico e a comida foi muito boa."
Bari, Itáia
O "chef" Francesco Mazzei, do Sartoria em Londres, é um campeão da cozinha do sul de Itália, e escolheu a região de Apúlia, cuja capital é Bari, como destino gastronómico favorito. "Apúlia é muito fértil, como uma produção incrível", afirmou. "Vão a restaurantes como o Giampà e podem provar marisco fantástico, bem como pasta e azeite. É uma grande cidade. A cozinha do sul de Itália está finalmente a conquistar o respeito que merece fora de portas. Outros dos meus restaurantes favoritos é o Lo Scoglio, mesmo perto do aeroporto. Eles cozinham com paixão."
Uruapan, México
Esta cidade no estado de Michoacán tem aparecido nas notícias pelas razões erradas – morte provocadas por gangues de droga. Mas a "chef" Marta Ortiz, com restaurantes na Cidade do México e Londres, diz: "Tenho muito orgulho em ser mexicana. Acho que as pessoas não devem ter medo. Uruapan não é turístico mas tenho comido a mais deliciosa massa com queijo Cotija e eles usam ervas bonitas e fazer tortilhas maravilhosas. A melhor comida pode ser encontrada em casas de comida tradicional, que recebem bem os visitantes ainda que não sejam restaurantes formais."
Auckland, Nova Zelândia
Nascida em Samoa, a "chef" Monica Galetti, do Mere em Londres, cresceu na Nova Zelândia e escolheu Auckland como a sua cidade gastronómica favorita. "Esqueçam a cozinha fina – podem ter isso em Londres", afirmou. "É uma cidade para ir e relaxar e aproveitar o que se produz. Um sítio onde vamos sempre comer é o Depot. É simples e delicioso. Há uma cozinha aberta e sentamo-nos no bar e comemos muito bom peixe e ostras neozelandesas, ou simples partos vegetarianos. Ou então apanhem o barco para a ilho Waiheke, com muitos pequenos cafés perto da praia. É muito relaxante."
Lima, Peru
O "chef" Albert Adrià do Tickets, em Barcelona, é um grande fã da cozinha peruana e adora Lima. "Pode experimentar tantos estilos diferentes de cozinha peruana", realça. "Pode comer-se comida muito tradicional em "cevicherias", como o Don Fernando, que é inacreditável. Ou então podem comer sandes e comida muito casual nos mercados. Mas, Lima é também a casa de alguns dos melhores restaurantes do mundo, como o Central, o Maido e o Astrid y Gaston." (Mais perto de casa, em Espanha, Adrià também adora o Cádiz.)
Riade, Arábia Saudita
Shane Osborn, do Arcane, em Hong Kong, ficou impressionado com uma visita a Riade. "As pessoas lá têm um amor profundo pela comida e a hospitalidade é incrível", salientou o "chef" nascido na Austrália. "Adorei kabsa, uma especialidade local cozinhada com borrego e arroz e sabores de cardamomo. É melhor comer com locais", recomenda. O seu entusiasmo é partilhado com o "chef" italiano Francesco Mazzei, que recomenda a cadeia Mama Noura. (Sem surpresa, também é fã do restaurante italiano do seu irmão, Fiamma).
Liubliana, Eslovénia
Liubliana é a escolha de Ana Roš, vencedora do título de melhor chef feminina do mundo. Realça pela positiva o surgimento de uma nova geração de jovens chefs na capital da Eslovénia, a duas horas de carros do seu restaurante Hiša Franko. "Costumava sentir-me muito sozinha, mas agora há uma nova geração a descobrir os produtos eslovenos e recuperar a comida regional", afirmou. Admira particularmente o Gostišce Gric, na parte mais rural, e o TaBar, na cidade. Para algo mais clássico, recomenda Restavracija Strelec, no castelo de Liubliana.
Cádis, Espanha
Este porto no sudoeste de Espanha foi escolhido pela espanhola Nieves Barragan, do restaurante Sabor, em Londres. A chef vai lá para descontrair e aproveitar os "snacks" nos pequenos bares e restaurantes locais. "Entras em quase qualquer bar e podes ter a certeza de que a comida vai ser saborosa", garante. "Bebes um copo de xerez e comes umas tapas e a vida é boa. Eu vou ao Manteca. É um bar muito antigo e é tudo incrível: sardinhas, anchovas. Esqueces-te do mundo. E depois vou ao El Faro. Têm marisco fantástico e comida do mercado. É o céu!"
San Sebastián, Espanha
A "chef" francesa Helene Darroze, com restaurantes em Londres e Paris, diz: "San Sebastián tem um ligar especial no meu coração, uma vez que passei a minha infância no País Basco. San Sebastián é para mim a capital da gastronomia da região." A "chef" realça a qualidade dos produtos e a diversidade de locais para comer, dos humildes bares de tapas aos restaurantes finos. Entre as suas muitas preferências está o Ganbara, um bar de tapas (pintxos) cujo prato de assinatura são cogumelos assados e foie gras, com gema de ovo confitada no meio.
Mineápolis, EUA
Daniel Boulud, que tem em Nova Iorque o Daniel, é fã de Mineápolis. "Tem sido uma das melhores cidades, mas agora temos visto crescer uma nova geração de ‘chefs’ a regressar a casa de Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e Europa. Têm aberto sítios muito interessantes. Pessoas como a Ann Kim, no Young Joni, e Jamie Malone, no Grand Cafe. E depois temos o John Kraus, um ‘chef’ de pastelaria muito, muito talentoso na Patisserie 46, que é verdadeiramente especial."
São Francisco, EUA
São Francisco foi para onde Daniel Humm, nascido na Suíça, foi viver quando se mudou para os EUA, em 2003. "Abriu-me mesmo os olhos", afirmou Humm, cujo Eleven Madison Park, em Nova Iorque, arrebatou o título de melhor restaurante do mundo. "Vi ‘chefs’ a trabalharem de forma muito mais livre e isso mudou a forma como eu lidava com a comida. Foi libertador." Os seus locais favoritos incluem o Swan Oyster Depot, uma banca num mercado de peixe, onde se encontra o marisco mais fresco. Também adora Cotogna, que é um restaurante rústico de cozinha italiana.