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“Chefs” conceituados revelam as melhores cidades no mundo para comer

Toda a gente sabe que pode comer refeições maravilhosas em cidades como Paris, Nova Iorque, Londres e Tóquio. Mas e outros destinos gastronómicos, com pratos deliciosos que mais facilmente encontramos em restaurantes banais do que em restaurantes finos?

DR
28 de Dezembro de 2019 às 12:00
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Pedimos sugestões aos "chefs" de topo mundial sobre as suas cidades favoritas para comer, dos mercados no Gana, em África, passando pelas ruas cheias e barulhentas de Calcutá até a uma pequena ilha em Auckland, na Nova Zelândia.

 

Conheças as suas recomendações:

 

Buenos Aires, Argentina

Mauro Colegreco detém o título de Melhor Restaurante do Mundo com o Mirazur, que fica no sul de França. Mas continua a sentir saudades da comida da sua nação, a Argentina. "O país e a cozinha estão incrivelmente perto do meu coração", afirmou. "Regresso frequentemente a La Plata e a Buenos Aires para ver a família e passar algum tempo por lá. Em Buenos Aires recomendo sempre o Parrilla Don Julio, que oferece a melhor comida argentina cozinhada por um especialista sem paralelo. Para um brunch ou um almoço relaxado, o Narda Comedor oferece ‘comfort food’ com ingredientes frescos."

 

Melbourne, Austrália

O britânico Ashley Palmer-Watts é "chef" no Dinner by Heston Blumenthal em Londres e Melbourne, cidade na qual se apaixonou pela cozinha. "Melbourne é fantástica devido à variedade de tipos de restaurantes", revelou. "São muito acessíveis, com boa e saborosa comida. Os meus restaurantes preferidos são o Cutler & Co e a MoVida. Adoro sentar-me no bar. Também o bar de vinho Marion, que é gerido pelo Andrew McConnell do Cutler. Pode comer comida fantástica, beber bom vinho e tem um serviço fantástico. É muito fácil e diverso."

 

Accra, Gana

"Há ‘street food’ fabulosa em Accra", afirma a "chef" Selassie Atadika, que celebra a cozinha africana no Midunu. "Há de tudo desde donuts a ‘hausa koko’ (uma papa de milho temperada) e ‘waakye’ (arroz e feijão) até ‘snacks’ de batata frita com ‘shito’ (conserva de molho de pimenta com camarão seco). Depois há ‘kenkey’ (milho fermentado) no mercado de Osu e ‘akpeteshie’ gelada (aguardente feita de vinho de palma ou sumo de cana de açúcar), bem como ‘cocktails’ com música ao vivo no bar Republic."

 

Calcutá, Índia

A "chef" Asma Khan do Darjeeling Express, em Londres saboreia a comida da sua terra Natal, Kolkata, ou Calcutá. "Há uma experiência gastronómica única, a não perder se estiver em Calcutá num fim de semana: Terreti Bazar on Sun Yat Sem Street. É fascinante, com tendas chinesas e indianas a vender o pequeno-almoço." Outra das suas recomendações inclui o Arsalan, Park Circus, para um biryani, e o Shiraz para um Mughlai clássico. "E nenhuma viagem ficará completa sem um ‘kebab’. O lugar de origem é Nizam’s, por trás do Novo Mercado" (Pessoalmente, o meu restaurante favorito em Calcutá é o Mocambo, que tem escrito a sua história desde 1956).

 

Bombaim, Índia

Ravinder Bhogal do Jikoni, em Londres, adora a comida de Bombaim. "É um mosaico que concilia o antigo com o novo e muita diversidade", afirmou a "chef". Ravinder Bhogal gosta dos pratos vegetarianos em sítios como o Shree Thaker Bhojanalay e o Swati Snacks; e do Trishna ou o Mahesh Lunch para uma mariscada Maharashtrian. Depois há o restaurante Wasabi, no Taj Mahal Palace, de comida japonesa. "O que é atualmente emocionante são os jovens ‘chefs’ como Thomas Zakaria no Bombay Canteen, que viajou pelo mundo e trabalhou em restaurantes de renome em Londres e Nova Iorque."

 

Dublin, Irlanda

O "chef" francês Pierre Koffmann é um recém-convertido a Dublin, depois de duas visitas à Irlanda (vive atualmente em Londres). "Fiquei maravilhado com a comida", afirmou. "E o serviço é ainda mais impressionante. Os irlandeses são muito amigáveis e hospitaleiros. Eles adoram comer e beber e amam a vida. Nós fomos a dois sítios particularmente bons. Aimsir fica longe, mas vale a pena. Foi tudo fantástico e as boas-vindas estiveram entre as melhores que tive em toda a minha vida. O The GreenHouse foi mais clássico e a comida foi muito boa."

 

Bari, Itáia

O "chef" Francesco Mazzei, do Sartoria em Londres, é um campeão da cozinha do sul de Itália, e escolheu a região de Apúlia, cuja capital é Bari, como destino gastronómico favorito. "Apúlia é muito fértil, como uma produção incrível", afirmou. "Vão a restaurantes como o Giampà e podem provar marisco fantástico, bem como pasta e azeite. É uma grande cidade. A cozinha do sul de Itália está finalmente a conquistar o respeito que merece fora de portas. Outros dos meus restaurantes favoritos é o Lo Scoglio, mesmo perto do aeroporto. Eles cozinham com paixão."

 

Uruapan, México

Esta cidade no estado de Michoacán tem aparecido nas notícias pelas razões erradas – morte provocadas por gangues de droga. Mas a "chef" Marta Ortiz, com restaurantes na Cidade do México e Londres, diz: "Tenho muito orgulho em ser mexicana. Acho que as pessoas não devem ter medo. Uruapan não é turístico mas tenho comido a mais deliciosa massa com queijo Cotija e eles usam ervas bonitas e fazer tortilhas maravilhosas. A melhor comida pode ser encontrada em casas de comida tradicional, que recebem bem os visitantes ainda que não sejam restaurantes formais."

 

Auckland, Nova Zelândia

Nascida em Samoa, a "chef" Monica Galetti, do Mere em Londres, cresceu na Nova Zelândia e escolheu Auckland como a sua cidade gastronómica favorita. "Esqueçam a cozinha fina – podem ter isso em Londres", afirmou. "É uma cidade para ir e relaxar e aproveitar o que se produz. Um sítio onde vamos sempre comer é o Depot. É simples e delicioso. Há uma cozinha aberta e sentamo-nos no bar e comemos muito bom peixe e ostras neozelandesas, ou simples partos vegetarianos. Ou então apanhem o barco para a ilho Waiheke, com muitos pequenos cafés perto da praia. É muito relaxante."

 

Lima, Peru

O "chef" Albert Adrià do Tickets, em Barcelona, é um grande fã da cozinha peruana e adora Lima. "Pode experimentar tantos estilos diferentes de cozinha peruana", realça. "Pode comer-se comida muito tradicional em "cevicherias", como o Don Fernando, que é inacreditável. Ou então podem comer sandes e comida muito casual nos mercados. Mas, Lima é também a casa de alguns dos melhores restaurantes do mundo, como o Central, o Maido e o Astrid y Gaston." (Mais perto de casa, em Espanha, Adrià também adora o Cádiz.)

 

Riade, Arábia Saudita

Shane Osborn, do Arcane, em Hong Kong, ficou impressionado com uma visita a Riade. "As pessoas lá têm um amor profundo pela comida e a hospitalidade é incrível", salientou o "chef" nascido na Austrália. "Adorei kabsa, uma especialidade local cozinhada com borrego e arroz e sabores de cardamomo. É melhor comer com locais", recomenda. O seu entusiasmo é partilhado com o "chef" italiano Francesco Mazzei, que recomenda a cadeia Mama Noura. (Sem surpresa, também é fã do restaurante italiano do seu irmão, Fiamma).

Liubliana, Eslovénia

Liubliana é a escolha de Ana Roš, vencedora do título de melhor chef feminina do mundo. Realça pela positiva o surgimento de uma nova geração de jovens chefs na capital da Eslovénia, a duas horas de carros do seu restaurante Hiša Franko. "Costumava sentir-me muito sozinha, mas agora há uma nova geração a descobrir os produtos eslovenos e recuperar a comida regional", afirmou. Admira particularmente o Gostišce Gric, na parte mais rural, e o TaBar, na cidade. Para algo mais clássico, recomenda Restavracija Strelec, no castelo de Liubliana.

 

Cádis, Espanha

Este porto no sudoeste de Espanha foi escolhido pela espanhola Nieves Barragan, do restaurante Sabor, em Londres. A chef vai lá para descontrair e aproveitar os "snacks" nos pequenos bares e restaurantes locais. "Entras em quase qualquer bar e podes ter a certeza de que a comida vai ser saborosa", garante. "Bebes um copo de xerez e comes umas tapas e a vida é boa. Eu vou ao Manteca. É um bar muito antigo e é tudo incrível: sardinhas, anchovas. Esqueces-te do mundo. E depois vou ao El Faro. Têm marisco fantástico e comida do mercado. É o céu!"

 

San Sebastián, Espanha

A "chef" francesa Helene Darroze, com restaurantes em Londres e Paris, diz: "San Sebastián tem um ligar especial no meu coração, uma vez que passei a minha infância no País Basco. San Sebastián é para mim a capital da gastronomia da região." A "chef" realça a qualidade dos produtos e a diversidade de locais para comer, dos humildes bares de tapas aos restaurantes finos. Entre as suas muitas preferências está o Ganbara, um bar de tapas (pintxos) cujo prato de assinatura são cogumelos assados e foie gras, com gema de ovo confitada no meio.

 

Mineápolis, EUA

Daniel Boulud, que tem em Nova Iorque o Daniel, é fã de Mineápolis. "Tem sido uma das melhores cidades, mas agora temos visto crescer uma nova geração de ‘chefs’ a regressar a casa de Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e Europa. Têm aberto sítios muito interessantes. Pessoas como a Ann Kim, no Young Joni, e Jamie Malone, no Grand Cafe. E depois temos o John Kraus, um ‘chef’ de pastelaria muito, muito talentoso na Patisserie 46, que é verdadeiramente especial."

 

São Francisco, EUA 

São Francisco foi para onde Daniel Humm, nascido na Suíça, foi viver quando se mudou para os EUA, em 2003. "Abriu-me mesmo os olhos", afirmou Humm, cujo Eleven Madison Park, em Nova Iorque, arrebatou o título de melhor restaurante do mundo. "Vi ‘chefs’ a trabalharem de forma muito mais livre e isso mudou a forma como eu lidava com a comida. Foi libertador." Os seus locais favoritos incluem o Swan Oyster Depot, uma banca num mercado de peixe, onde se encontra o marisco mais fresco. Também adora Cotogna, que é um restaurante rústico de cozinha italiana.

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