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Casa Branca elogia plano “muito específico” da Rússia

O documento entregue por Moscovo, onde está delineada a estratégia para o desmantelamento do arsenal químico sírio, foi elogiado pelo porta-voz da administração americana. Washington suspende a acção militar contra Damasco mas continua sem a colocar de parte.

11 de Setembro de 2013 às 20:47
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Depois desta quarta-feira a imprensa russa ter noticiado a entrega de um documento, onde constam os passos e procedimentos a prosseguir para a colocação das armas químicas sírias sob controlo da comunidade internacional, Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, veio a terreno elogiar o trabalho feito pela diplomacia russa.

 

De acordo com o “Guardian”, Carney classifica este documento como sendo “muito específico”, tendo acrescentado que questões de pormenor serão discutidas por John Kerry, secretário de Estado norte-americano, e por Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo. “A Rússia tem o crédito de ter colocado o seu próprio prestígio em jogo”, elogiou o porta-voz da administração Obama.

 

A ideia apresentada por Moscovo, na segunda-feira passada, coloca os Estados Unidos numa posição internacional delicada, porque dependentes do ‘timing’ de Vladimir Putin, presidente russo, e com a margem de manobra para uma eventual posição unilateral altamente condicionada. Washington mantém em aberto a possibilidade de intervir na Síria, mesmo não o querendo, goza de reduzido apoio no Congresso e na opinião pública para essa acção contra Damasco e não conta com o apoio dos tradicionais aliados britânicos.

 

Barack Obama, presidente americano, que na terça-feira à noite se dirigiu aos americanos, decidiu adiar, para data indeterminada, a votação, prevista para esta quarta-feira, sobre uma operação militar contra Assad. Obama revelou que mantinha em reserva uma investida contra Damasco mas para já iria continuar a trabalhar na solução diplomática proposta por Moscovo e imediatamente aceite por Assad. Esta quarta-feira, ao final do dia, o senador democrata Bem Cardin revelou que a votação poderá acontecer durante a próxima semana.

 

Depois de uma discussão bilateral entre Moscovo e Washington, o palco passará para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, donde poderá sair uma solução consensual ou novo impasse. Kerry e Obama já revelaram que não vão aceitar que este processo seja unicamente uma manobra de diversão por forma a impedir uma intervenção americana na Síria. Paris afirmou, na terça-feira, que qualquer resolução procedente do Conselho de Segurança deverá conter uma condenação do regime de Damasco pelos ataques de dia 21 de Agosto. Lavrov, no mesmo dia, reagiu considerando esta hipótese como “inaceitável”.

Os próximos dias irão definir a probabilidade de um eventual acordo. Entretanto a “Foreign Policy” avança que vários especialistas em armas químicas consideram que a ideia de retirar e desmantelar as armas químicas sírias é “praticamente irrealizável”. A revista garante que aceder e controlar todo este arsenal, num clima de plena guerra civil, será muito difícil. Os especialistas ouvidos acrescentam que construir, de raiz, ou transportar, dos Estados Unidos, as instalações para destruir este tipo de armamento demoraria cerca de uma década.

 

Um relatório da ONU, divulgado esta quarta-feira, documenta que o número de crimes de guerra, perpetrados pelos dois lados da contenda, tem aumentado à medida que o conflito sírio se torna mais sectário. 

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