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Brasil quer alargar BRICS à CPLP com destaque para Angola e Moçambique nas relações com África

O Brasil está aberto a discutir com a CPLP possibilidades de cooperação estruturada em várias frentes de actuação, com destaque para Angola e Moçambique, no exercício da presidência do BRICS em 2019, segundo Nedilson Jorge, embaixador do Brasil na África do Sul.


Uma das principais características da inversão do caminho que estava a ser seguido pelos mercados emergentes foi a redução dos défices de conta corrente de alguns países mais frágeis. No seu World Economic Outlook de outubro de 2017, o FMI indicou que espera melhorias nos saldos das contas correntes do Brasil, Colômbia, México, Peru, Cazaquistão, África do Sul, Ucrânia e Indonésia. Estamos com sobreponderação de acções dos mercados emergentes nas nossas carteiras de activos múltiplos e acreditamos que tanto a desvalorização do dólar como a melhoria dos dados macroeconómicos a nível interno serão os principais pilares dos retornos dos mercados emergentes em 2018.
Reuters
24 de Julho de 2018 às 22:27
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"O diálogo entre o BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem o potencial de propiciar programas de cooperação estruturada em várias frentes de actuação. Como se sabe, ao longo dos anos, o BRICS desenvolveu o pilar de cooperação sectorial em mais de 30 áreas", disse em entrevista à Lusa.

 

De acordo com o diplomata brasileiro, Angola e Moçambique "são países de grande relevância" para as relações do Brasil com o continente africano. "Ambos se têm empenhado no diálogo com os países do BRICS, especialmente por meio do mecanismo de 'outreach'. Esta iniciativa foi lançada pela África do Sul e, este ano, pela segunda vez, dará grande ênfase à participação dos países africanos", referiu.

 

Na opinião do embaixador Nedilson Jorge, a participação de Angola e Moçambique no diálogo alargado deste ano do BRICS a África, em particular aos Estados-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), bloco regional sob a presidência da África do Sul, contribuirá para o aprofundamento das relações com o grupo.

 

O diplomata recorda que, na sua primeira década de existência, o BRICS construiu novas pontes de diálogo com países em desenvolvimento, frisando que os países africanos estão no centro dessas iniciativas.

 

"O diálogo de 'outreach' foi lançado na 5ª Cimeira de Durban, em 2013, com a participação de chefes de Estado de diversos países africanos. Nesta Cimeira (Joanesburgo), os países da SADC deverão participar no exercício de diálogo alargado, que engloba temas da agenda internacional e inúmeras possibilidades de cooperação", precisou.

 

Por manter fortes laços históricos com Angola e Moçambique, o embaixador Nedilson Jorge acrescenta que o Brasil sempre tem entre as suas prioridades a aproximação e a colaboração com os países africanos lusófonos.

 

Neste sentido, afirma, a 10.ª Cimeira BRICS, em Joanesburgo, "constituirá uma oportunidade na qual poderemos dialogar com ambos os países sobre questões centrais dessa colaboração". "Desde a sua criação, o BRICS apresenta uma vocação para o diálogo com o mundo em desenvolvimento, no qual sempre está presente a busca pelo desenvolvimento sustentável e inclusivo", sublinhou.

 

O embaixador do Brasil na África do Sul, desde 2016, acredita que o BRICS "tem o objectivo inato" de fazer avançar a reforma das instituições de governança global, de modo a torná-las mais representativas e legítimas. "Esse é um objectivo que beneficia o mundo em desenvolvimento, ao abrir-lhes os espaços de participação que lhe são devidos", disse à Lusa o embaixador Nedilson Jorge.

 

O Brasil assumirá a presidência anual do grupo BRICS no próximo ano.

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