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Boeing 777 da Malaysia Airlines abatido perto da fronteira da Rússia (act.)

O Presidente da Ucrânia emitiu um comunicado onde diz que o avião da Malaysia Airlines foi abatido. O avião partira de Amesterdão e seguia para Kuala Lumpur. Seguiam a bordo 295 pessoas.

Reuters
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Um avião da Malaysia Airlines terá sido abatido perto da fronteira da Ucrânia com a Rússia, de acordo com um comunicado emitido pelo Presidente da Ucrânia.

 

No seu site oficial, Petro Poroshenko informou que as tropas ucranianas, que actualmente combatem os rebeldes pró-russos, não são responsáveis pela queda do avião. Também as forças militares ucranianas já negaram o envolvimento na queda do avião, diz o Russia Today.

 

"Não excluimos que o avião possa ter sido abatido e confirmamos que as Forças Armadas Ucranianas não lançaram fogo a nenhum alvo aéreo", afirmou. O Presidente ucraniano prestou ainda condolências às famílias e informou que será aberta uma comissão para investigar o sucedido.

 

Segundo a Bloomberg, que cita informação da agência noticiosa russa Interfax, o avião terá descolado de Amesterdão e seguia para Kuala Lumpur.

 

A bordo do avião seguiam 280 passageiros e 15 tripulantes, de acordo com a informação avançada por Anton Geraschenko, assessor do ministro do Interior ucraniano à Interfax. Na sua página do Facebook, Geraschenko escreveu também que os rebeldes teriam abatido o avião.

 

O avião despenhou-se a cerca de 50 quilómetros da fronteira com a Rússia, perto da região de Donetsk, onde as tropas do Governo ucraniano combatem os separatistas pró-russos.

  

Ainda esta quinta-feira o Governo ucraniano tinha dado conta que um avião militar russo tinha derrubado um caça ucraniano no espaço aéreo do país na noite de 16 de Julho, explica o The New York Times.

 

O cenário faz levantar as suspeitas que o avião comercial da Malaysia Airlines terá sido apanhado no conflito, uma vez que se encontrava em espaço aéreo ucraniano, a cerca de 50 quilómetros da fronteira.

 

De acordo com os correspondentes da Reuters, citando um trabalhador do serviço de emergência no local, já foram encontrados cerca de 100 corpos junto aos destroços do avião, que se espalham por uma área de 15 quilómetros de diâmetro.

 

De acordo com o regulador do espaço aéreo ucraniano, citado pela Reuters, o avião estava a voar com normalidade até ter desaparecido do radar. O avião deverá ter quebrado antes do impacto, relata a Associated Press.

 

O avião saiu de Amesterdão pelas 12h15 desta quinta-feira e deveria chegar a Kuala Lumpur às 06h10 do dia seguinte, diz o The Telegraph.

 

Num breve comunicado, a transportadora aérea malaia confirmou o modelo de avião, a área de queda, o número de pessoas a bordo bem como os horários do voo.

 

Em Março, a Malaysia Airlines também foi alvo da atenção mundial, após o desaparecimento de um voo seu, o MH370. O voo seguia de Kuala Lumpur para Pequim, com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo. 

 

Pró-russos negam envolvimento no acidente

 

Um porta-voz dos separatistas pró-russos na região de Donetsk afirmou a uma televisão russa que os seus mísseis não eram capazes de derrubar um avião comercial, que voava a 10.000 metros de altitude, cita a BBC.

 

"O avião foi abatido pelos ucranianos. Não temos sistemas de defesa aérea deste tipo", referiu também Sergey Kavtaradze à agência noticiosa Interfax. 

 

Fonte do Kremlin, em comunicado citado pela imprensa internacional, revelou que o presidente russo, Vladimir Putin, "informou [o presidente norte americano, Barak Obama] sobre um relatório de controladores de tráfego aéreo que surgiu antes da sua conversa telefónica sobre a queda do avião da Malaysian na Ucrânia".

 

Os Estados Unidos querem verificar se não existem cidadãos seus envolvidos no acidente, diz a ABC News. A Reuters, citando as declarações de assessor do Ministério do Interior ucraniano à Interfax, fala já em mais de 300 mortos, 23 dos quais cidadãos americanos. Sendo assim, haverá mais vítimas para além das 295 que seguiam oficialmente a bordo.

 

O presidente Obama já veio classificar este acidente como uma "tragédia terrível", reforçando que a sua prioridade é determinar se haveria americanos a bordo. O país vai ainda disponibilizar a assistência possível.

 

À AFP, o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Laurent Fabius, revela que existiam, "pelo menos" quatro franceses no avião da Malaysia Airlines.

 

O piso superior do aeroporto de Amesterdão já foi fechado para os familiares e amigos dos passageiros do MH17. 

 

 

Reacções nas redes sociais

 

Nas redes sociais começaram a surgir vídeos e fotografias (ver aqui e aqui) que mostram o rasto de fumo provocado pela queda. As imagens multiplicam-se a cada minuto que passa. O assunto está a merecer amplo destaque, gerando uma onde de solidariedade entre os utilizadores das diversas plataformas.

 

No Twitter, a companhia malaia informou apenas que "perdeu o contacto com o MH17 de Amesterdão. A sua última posição conhecida foi no espaço aérea ucraniano", prometendo dar mais informações em breve.

 

"Estou chocado com as notícias da queda do avião da Malaysia", escreveu no Twitter o primeiro-ministro malaio, Najib Razak. O político acrescentou que irá iniciar, de imediato, uma investigação ao assunto.

 

Choque foi também a palavra escolhida pelo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, para descrever o sucedido, diz a Reuters.

 

O ministro da Defesa malaio Hishamuddin Hussein – que geriu a crise do desaparecimento do MH370 – apelou à calma, informando no Twitter que está a trabalhar no assunto.

 

Por sua vez, a marca fabricante do avião refere na rede social que "os seus pensamentos e orações estão com os que estavam no MH17, assim como com as suas famílias e entes queridos". A Boeing diz-se preparada para prestar assistência neste caso. 

 

Espaço aéreo do leste ucraniano é para evitar, dizem companhias aéreas

 

A posição das companhias que já reagiram ao acidente é clara: é preciso evitar o espaço aéreo do leste ucraniano. A francesa Air France e a alemã Lufthansa já tomaram a decisão, com efeito imediato, diz a Reuters.

 

Já a britânica Virgin Atlantic Airways, segundo comunicado citado pela BBC, diz que irá alterar a rota de um pequeno número dos seus voos, marcados para esta noite. 

 

Mercados reagem

 

As bolsas mundiais reagiram de imediato. Na Europa, os principais índices acentuaram as quedas mesmo antes do fecho da sessão. O Stoxx600, índice europeu de referência, encerrou a recuar 0,8%.

 

Nos EUA, o S&P500 está agora a perder 0,50%, tendo disparado logo depois das notícias. O preço do ouro, matéria-prima conhecida como um activo de refúgio, também regista agora uma forte valorização. Sobe 1,81% para 1322,78 dólares por onça.

 

O petróleo também reagiu. A cotação do Brent, negociado em Londres, e do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, disparam, estando agora a subir 0,47% e 1,15%, respectivamente.

 

(Notícia actualizada às 19h16)

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