Notícia
Ataque de grupo armado faz três mortos no centro de Moçambique
Um camião de carga e uma outra viatura ligeira foram atingidos por uma "rajada de balas", disparadas de uma colina, por homens armados.
Um novo ataque de um grupo armado no centro de Moçambique provocou este domingo, 26 de outubro, três mortos e vários feridos junto à estrada nacional 1 (EN1), principal via que liga o centro e norte do país, disseram à Lusa testemunhas e autoridades.
Um camião de carga e uma outra viatura ligeira foram atingidos por uma "rajada de balas", disparadas de uma colina, por homens armados ainda desconhecidos, em Ziro, entre os distritos de Nhamatanda e Gorongosa.
O ataque aconteceu numa zona próxima do local onde um polícia foi abatido, outros três amarrados e uma viatura de patrulha incendiada na última semana.
Com as baixas registadas hoje sobe para sete o número de mortos em ataques na zona centro de Moçambique desde agosto.
Hoje, "um camionista morreu ao volante e outro passageiro também morreu" alvejado no local, disse à Lusa, Rosaquel Ataide, uma testemunha que sobreviveu aos disparos.
"Foram disparados muitos tiros e vinham dos dois lados da estrada" acrescentou a comerciante.
Uma terceira pessoa morreu quando estava a ser transferida do centro de saúde de Inchope para o Hospital Provincial de Chimoio, disse à Lusa fonte hospitalar.
À Lusa, fonte médica do Hospital Provincial de Chimoio confirmou a entrada de um morto e dois feridos, um dos quais em estado grave, atingidas por projéteis de armas de fogo.
Outra testemunha contou que o grupo armado atacou as viaturas quando seguiam em direção ao Norte, cerca das 06:00 (04:00 em Lisboa), sendo que três feridos - um dos quais aquele que veio a perder a vida a caminho do hospital - foram socorridos no centro de saúde de Inchope.
"Foi um ataque rápido e nós sobrevivemos agachados debaixo da nossa viatura", explicou Fulgêncio Jornal, uma outra testemunha, adiantando que o ataque ocorreu quando três viaturas seguiam juntas.
Na quarta-feira, 23, um agente da polícia moçambicana morreu durante um ataque a um carro patrulha por parte de um grupo armado.
A polícia supõe que os autores sejam guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) chefiadas por Mariano Nhongo, mas este negou o envolvimento do grupo.
A região em que se têm registado o ataque tem sido palco de incursões armadas contra veículos, desde agosto, que já provocaram vários feridos e sete mortos, segundo dados de autoridades locais.
A zona centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) até dezembro de 2016, altura em que as armas se calaram, tendo a paz sido selada num acordo subscrito em 06 de agosto.
Permanecem na zona guerrilheiros, em número incerto, que formaram uma autoproclamada Junta Militar para contestar a liderança da Renamo por Ossufo Momade e defender a renegociação do seu desarmamento e reintegração na sociedade.