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Imperador do Japão tem caminho livre para renúncia histórica em 2018

O parlamento japonês aprovou esta sexta-feira um diploma que permite que o imperador Akihito abdique e ceda o trono ao seu filho Naruhito. Será a primeira renúncia em 200 anos na família real nipónica.

Reuters
09 de Junho de 2017 às 12:33
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O imperador japonês Akihito, de 83 anos, tem caminho livre para abdicar do trono e cedê-lo ao seu filho. O Parlamento japonês aprovou esta sexta-feira uma proposta legislativa que permite que o imperador cesse a sua função – algo que até agora não estava previsto na legislação japonesa. Akihito (na foto) anunciou no Verão do ano passado que pretendia abdicar do trono devido à sua idade avançada e aos problemas de saúde que tem registado.

 

A lei já havia sido aprovada na semana passada na câmara baixa da Dieta japonesa e recebeu luz verde por unanimidade esta sexta-feira na câmara alta. Este diploma, contudo, tem aplicação apenas para o actual imperador e a renúncia terá de acontecer nos próximos três anos, de acordo com a AFP. Ainda assim, a sua redacção poderá servir de inspiração a futuras renúncias.

 

A imprensa japonesa diz que o Governo japonês, liderado por Shinzo Abe, acredita que a renúncia deve concretizar-se algures no final do próximo ano. O Guardian já escreveu que a renúncia deverá ocorrer na passagem de ano para 2019. O imperador Akihito teve cancro da próstata e já foi operado ao coração e planeia ceder o trono ao seu filho mais velho, o príncipe Naruhito.

Ao longo da história do Japão já houve imperadores a renunciar ao cargo, mas isso já não acontece desde 1817, altura em que o imperador Kokaku abdicou a favor do filho, Ninko. Ou seja, há precisamente 200 anos.

 

Akihito nasceu em 1933 e tinha 11 anos quando a II Guerra Mundial terminou com a derrota das potências do Eixo, onde se contava o então Império do Japão, que foi inclusivamente bombardeado com duas bombas atómicas em Hiroxima e Nagasáqui. Desde essa altura, o papel do imperador perdeu praticamente toda a relevância política, assumindo-se como uma figura com um papel essencialmente cerimonial, embora muito popular junto dos japoneses.

 

A lei de sucessão no Japão apenas permite que seja um homem a assumir o papel de imperador. Há receios de que se possa abrir uma crise na família real japonesa com a subida de Naruhito, de 56 anos, porque este apenas tem uma filha com a sua mulher Masako. Chegou a discutir-se a possibilidade de se mudar a lei para que Aiko, a filha de 15 anos do futuro imperador, pudesse herdar o trono.

 

Porem, as atenções estão agora concentradas no sobrinho de Naruhito, Hisahito, de 10 anos, que é o terceiro na linha de sucessão (o segundo é o seu pai) e será o provável imperador caso Naruhito não tenha nenhum filho.

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