Notícia
Economistas chineses censurados e banidos de redes sociais por criticar política de "zero casos" covid
Pequim tem vindo a apertar o controlo sobre ao discurso na internet e não admite dúvidas sobre a política de "zero casos" de covid-19 que tem exercido crescente pressão sobre a segunda maior economia mundial.
Está a crescer a lista de economistas, analistas de mercado ou "influencers" que estão a ser silenciados nas redes sociais na China por criticarem ou simplesmente questionarem o impacto da controversa política de "zero casos" covid-19 delineada por Pequim.
Segundo avança, esta terça-feira, o South China Morning Post (SCMP), as contas públicas de Hong Hao, que foi chefe de pesquisa do Bank of Communications (Bocom) International Holdings – uma subsidiária do banco estatal – foram removidas do WeChat e do serviço Weibo, conhecido como o Twitter chinês, no passado sábado,
Desconhece-se, no entanto, que "linhas vermelhas" terá o economista, que contava com 3 milhões de seguidores no Weibo, terá cruzado.
Fora do alcance da grande muralha da China, Hong tinha publicado uma série de "tweets" sobre o impacto económico resultante do confinamento imposto em Xangai, a capital financeira da China, incluindo um, a 31 de março, em que se lia "Xangai: movimento zero, PIB zero".
Rumores de que Hong tinha sido "apagado" por colocar em causa o confinamento em massa em Xangai decretado ao abrigo da política "covid-zero" ou pela sua visão pessimista do mercado de ações da China em publicações anteriores começaram a circular online, mas as hipóteses permanecem por confirmar.
Mas as consequências terão sido maiores, atendendo a que Bocom International adiantou ao mesmo jornal que Hong "se tinha demitido por razões pessoais", sem facultar mais detalhes. Certo é que o seu nome, que estava listado ainda na sexta-feira no relatório diário sobre o mercado elaborado pela empresa como chefe de pesquisa, deixou de constar no documento desta terça-feira.
Hong não se pronunciou até ao momento, mas no Twitter, onde mantém o perfil ativo, está identificado como "ex-BoCom International".
Embora paradigmático este não foi caso único, com o jornal publicado em Hong Kong a dar conta de que o Weibo também suspendeu recentemente as contas de outros economistas e analistas de mercado. A lista inclui Fu Peng, economista chefe
na Northeast Securities; Dan Bin, presidente da Shenzhen Oriental Harbor Investment ou Wu Yuefeng, 'partner' e gestor na Funding Capital, com sede em Pequim.
Todas estas suspensões terão sido aplicadas por "violação das leis e regulamentos relacionados".
Segundo o SCMP, investidores manifestaram-se confusos com a censura, dizendo ser cada vez mais difícil encontrarem recomendações credíveis.
Face ao descontentamento crescente em relação à severa abordagem da pandemia, que tem pressionado a economia, Pequim intensificou os esforços para eliminar comentários que considere "prejudiciais", tomando novas medidas para censurar os internautas.
A mais recente figura pública a ser apanhada pelo apertar do cerco foi Wang Sicong, filho do magnata do imobiliário Wang Jianlin (fundador do Dalian Wanda Group).
Com 40 milhões de seguidores no Weibo, o 'influencer' viu a sua conta ser apagada no mês passado depois de colocar em causa um medicamento para o tratamento da covid-19 apadrinhado pelo Estado e a política de testagem obrigatória em Xangai, segundo o SCMP.
Segundo avança, esta terça-feira, o South China Morning Post (SCMP), as contas públicas de Hong Hao, que foi chefe de pesquisa do Bank of Communications (Bocom) International Holdings – uma subsidiária do banco estatal – foram removidas do WeChat e do serviço Weibo, conhecido como o Twitter chinês, no passado sábado,
Fora do alcance da grande muralha da China, Hong tinha publicado uma série de "tweets" sobre o impacto económico resultante do confinamento imposto em Xangai, a capital financeira da China, incluindo um, a 31 de março, em que se lia "Xangai: movimento zero, PIB zero".
Rumores de que Hong tinha sido "apagado" por colocar em causa o confinamento em massa em Xangai decretado ao abrigo da política "covid-zero" ou pela sua visão pessimista do mercado de ações da China em publicações anteriores começaram a circular online, mas as hipóteses permanecem por confirmar.
Mas as consequências terão sido maiores, atendendo a que Bocom International adiantou ao mesmo jornal que Hong "se tinha demitido por razões pessoais", sem facultar mais detalhes. Certo é que o seu nome, que estava listado ainda na sexta-feira no relatório diário sobre o mercado elaborado pela empresa como chefe de pesquisa, deixou de constar no documento desta terça-feira.
Hong não se pronunciou até ao momento, mas no Twitter, onde mantém o perfil ativo, está identificado como "ex-BoCom International".
Embora paradigmático este não foi caso único, com o jornal publicado em Hong Kong a dar conta de que o Weibo também suspendeu recentemente as contas de outros economistas e analistas de mercado. A lista inclui Fu Peng, economista chefe
na Northeast Securities; Dan Bin, presidente da Shenzhen Oriental Harbor Investment ou Wu Yuefeng, 'partner' e gestor na Funding Capital, com sede em Pequim.
Todas estas suspensões terão sido aplicadas por "violação das leis e regulamentos relacionados".
Segundo o SCMP, investidores manifestaram-se confusos com a censura, dizendo ser cada vez mais difícil encontrarem recomendações credíveis.
Face ao descontentamento crescente em relação à severa abordagem da pandemia, que tem pressionado a economia, Pequim intensificou os esforços para eliminar comentários que considere "prejudiciais", tomando novas medidas para censurar os internautas.
A mais recente figura pública a ser apanhada pelo apertar do cerco foi Wang Sicong, filho do magnata do imobiliário Wang Jianlin (fundador do Dalian Wanda Group).
Com 40 milhões de seguidores no Weibo, o 'influencer' viu a sua conta ser apagada no mês passado depois de colocar em causa um medicamento para o tratamento da covid-19 apadrinhado pelo Estado e a política de testagem obrigatória em Xangai, segundo o SCMP.