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Xangai anuncia que quer regressar à vida normal em junho
O centro financeiro da China anunciou que quer retirar gradualmente as restrições de forma a voltar à normalidade em junho, mas o anúncio está a ser recebido com alguma desconfiança.
A maior cidade da China, com cerca 25 milhões de habitantes, anunciou que planeia levantar as restrições e regressar à normalidade ao longo do mês de junho, "desde que os riscos de ressurgimento das infeções estejam controlados".
"De 1 de junho a meados e final do mês, desde que os riscos de ressurgimento de infeções estejam controlados, vamos implementar um controlo preventivo da pandemia, normalizar os negócios e restaurar totalmente a produção e a vida na cidade", disse a vice-presidente da autarquia de Xangai, Zong Ming.
As declarações são citadas pela agência Reuters, que também explica que o anúncio sobre o fim de um conjunto de restrições comparáveis a um forte confinamento de seis semanas, que teve grande impacto na economia chinesa e logo na economia global, está a ser recebido com algum ceticismo nas redes sociais.
Os supermercados, os centros comerciais e os restaurantes puderam abrir esta segunda-feira, com limitações de ocupação. Mas a maioria dos 25 milhões de habitantes ainda são afetados por algum teipo de restrições, as movimentações na cidade estão altamente limitadas e o metro ainda está fechado, descreve a Associated Press.
Este domingo, as infeções caíram para menos de mil em 24 horas. Em Pequim foram reportados 54 casos. Todos de pessoas assintomáticas.
Economistas citados pela Associated Press (AP) estimam que a China possa crescer 2% este ano, bem abaixo da previsão oficial de 5,5%. A produção industrial caiu 2,9% em termos homólogos enquanto as vendas a retalho recuam 11%. As companhias aéreas chinesas estão com quebras superiores a 80% no número de passageiros transportados.
Xangai "é um centro nevrálgico de atividade económica na China", descrevia há dias ao Negócios Pedro Brinca, professor auxiliar da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), sublinhando que a cidade "tem um ‘PIB’ da mesma dimensão que a Polónia e mais de 10% de todo o comércio internacional da China".
Num relatório recente citado pela AP, a empresa de consultoria Grupo Eurásia prevê que a China só se afaste da política "covid-zero" depois do congresso nacional do partido comunista, que deverá reconduzir Xi Jinping para um terceiro mandato de cinco anos, um processo que só se concluirá com a formação do Governo, na próxima primavera.