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China responde à UE e lança investigação a marcas de "brandy" europeias

A China lançou uma investigação "anti-dumping" a marcas europeias, numa tentativa de responder à investigação que a UE está a levar a cabo relativamente aos subsídidos a veículos elétricos chineses.

Reuters
Diogo Mendo Fernandes diogofernandes@negocios.pt 05 de Janeiro de 2024 às 19:24
A China lançou uma investigação "anti-dumping" a bebidas alcoólicas feitas na União Europeia, a primeira retaliação depois de a UE ter anunciado também uma investigação aos subsídios a veículos elétricos fabricados na China.

A investigação, que Pequim diz ter tido origem numa queixa de uma associação de bebidas espirituosas do país, tem como principal alvo o conhaque francês - um produto de nicho na China, mas lucrativo para marcas como a Pernod Ricard e a Remy Cointreau.

Curiosamente, alerta a Bloomberg, França foi um dos principais apoiantes da UE aquando a decisão de lançar uma investigação aos subsídios a veículos elétricos chineses, dado ser um dos países mais expostos, devido às marcas Renault e do grupo Stellantis.

Em termos comparativos, no entanto, a diferença entre as duas indústrias é significativa. Até novembro de 2023, a China importou 1,57 mil milhões de dólares de bebidas espirituosas provenientes de uvas, ao passo que exportou 12,7 mil milhões de veículos elétricos no mesmo período.

Em reação a esta investigação, um porta-voz da Comissão Europeia refere que a UE está a avaliar a documentação e que vai intervir "de forma apropriada e em estreita cooperação com a indústria europeia". 

Um grupo comercial para a indústria do conhaque, conhecido como BNIC (Bureau National Interprofessionnel du Cognac) afirmou que a investigação pelo governo chinês acontece no contexto de uma disputa entre a UE e a China e que estão "confiantes de que os produtos e as práticas comerciais estão em linha com as regulações chinesas e internacionais".

"França tem a maior exposição à investigação à indústria do brandy", disse à Bloomberg Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang LaSalle, acrescentando que "a China está a tentar colocar pressão no maior apoiante da investigação da UE aos veículos elétricos".

As notícias desta investigação levaram a Remy Cointreau a mergulhar 12,5% e a Pernod Ricard a desvalorizar 5,6%, ambas empresas que vendem conhaque na China sobre o nome de marcas como Remy Cointreau e Martell.
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