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China corta meta de crescimento para 2019 e anuncia redução de impostos e aumento do investimento

No congresso anual do Partido Comunista, que arrancou esta terça-feira, o governo cortou a meta de crescimento para este ano para o intervalo entre 6% e 6,5% e anunciou um corte de impostos de mais de 260 mil milhões de euros.

Reuters
05 de Março de 2019 às 08:01
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A China cortou a sua meta de crescimento para este ano e anunciou uma descida dos impostos e um aumento do investimento em infraestrutura, para estimular a economia e contrariar os efeitos decorrentes da guerra comercial com os Estados Unidos e da sua passagem de um modelo de crescimento impulsionado pelas exportações para um modelo conduzido pelo consumo interno. 

 

No relatório apresentado esta terça-feira, 5 de março, pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang no congresso anual do Partido Comunista, a meta para o crescimento económico em 2019 é fixada no intervalo entre 6% e 6,5%, que compara com o objetivo de "cerca de 6,5%" definido no ano passado. Se a subida do PIB ficar no limite inferior definido pelas autoridades, será a mais baixa em quase três décadas, e inferior ao crescimento de 6,6% registado em 2018, que já foi o mais lento desde 1990.

 

Alertando para uma "dura batalha económica pela frente", Li anunciou cortes nos impostos no valor de 2 biliões de yuan (cerca de 263 mil milhões de euros) para este ano, que são ainda mais agressivos do que a descida de 1,3 biliões registada em 2018.

 

Li disse que a China vai monitorizar de perto o emprego nas empresas exportadoras fortemente expostas ao mercado dos EUA e reduzir o IVA do setor da indústria de 16% para 13%, e o dos setores dos transportes e construção de 10% para 9%.

 

O governo pretende criar mais de 11 milhões de novos empregos urbanos este ano e manter a taxa de desemprego nas cidades em 4,5%, em linha com as metas de 2018. Ao mesmo tempo, vai reduzir as taxas de segurança social pagas pelas empresas.

 

A descida da receita fiscal e o aumento dos gastos estimados levaram Pequim a elevar a sua meta para o défice orçamental para 2,8% do PIB, o que compara com 2,6% no ano passado.

 

O governo também estabeleceu uma meta para a inflação de cerca de 3%, apesar do recente abrandamento no crescimento dos preços para menos de 2%, o que dá a Pequim alguma margem para estimular o consumo.

 

No que respeita à política monetária, Li anunciou esta terça-feira que "não será nem muito apertada nem muito expansionista" e que o governo não vai recorrer a grandes injeções de liquidez.

 

Para apoiar as empresas privadas e as de menor dimensão, Li disse que Pequim reforçará o corte nas exigências de capital para os bancos mais pequenos, com o objetivo de aumentar o crédito às pequenas e médias empresas em cerca de 30%.

 

O governo garantiu ainda que a China vai continuar a trabalhar para reduzir os riscos da dívida de forma ordenada, resolvendo os problemas com o sistema bancário sombra e a dívida do governo local sem desestabilizar o crescimento económico.

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