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Trump terá escolhido amigo de longa data do presidente chinês para embaixador na China

O presidente eleito dos Estados Unidos terá escolhido o Governador do Estado do Iowa para ser embaixador na China, de acordo com três fontes da Bloomberg. Terry Branstad é um amigo de longa data do presidente chinês.

Reuters
07 de Dezembro de 2016 às 09:05
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou Terry Branstad (na foto), actual Governador do Estado norte-americano do Iowa, para o cargo de embaixador na China, de acordo com três fontes da Bloomberg que pediram o anonimato. E Branstad já terá aceite o convite, segundo as mesmas fontes.

Branstad, do Partido Republicano, é um amigo de longa data do presidente chinês, Xi Jinping. O Governador do Estados Iowa esteve na Trump Tower, em Nova Iorque, esta terça-feira. O encontro entre Donald Trump e Branstad contou também com o chefe de pessoal de Trump, o líder de estratégia e com o genro de Trump, Jared Kushner, segundo duas fontes a agência Bloomberg.

A reunião terá durado cerca de uma hora e à saída Branstad não quis fazer qualquer comentário sobre se tinha sido convidado para embaixador na China. "Estou muito entusiasmado com a qualidade das pessoas que Trump está a atrair para a administração", disse. "Estou muito orgulhoso por ter apoiado Donald Trump para presidente", acrescentou citado pela Bloomberg.

Apesar de não ser oficial que Branstad é o próximo embaixador norte-americano na China, Pequim já reagiu à sua possível nomeação. O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang, citado pela Reuters, salientou que o Governador do Iowa é "um velho amigo" da China. "Nós damos-lhe as boas-vindas para desempenhar um papel maior no crescimento do desenvolvimento das relações China-Estados Unidos", respondeu Lu Kang quando questionado sobre a notícia que aponta que Terry Branstad será o próximo diplomata norte-americano na China. Ainda assim, salvaguardou, que Pequim vai trabalhar com qualquer pessoa que seja nomeada embaixador dos EUA.

Esta decisão de convidar Branstad para Pequim ocorre numa altura em que há algumas tensões entre os Estados Unidos e a China. Há poucos dias foi noticiado que, o presidente eleito abandonou quase quatro décadas de protocolo diplomático ao falar directamente com a líder de Taiwan. A ligação telefónica entre Donald Trump e a líder de Taiwan, naquele que foi o primeiro contacto oficial entre os presidentes dos dois países desde 1979, provocou mesmo um novo foco de tensão entre o futuro presidente dos Estados Unidos e as autoridades chinesas.

O republicano resolveu aceitar um telefonema feito por Tsai Ing-wen para lhe dar os parabéns pela vitória nas eleições de 8 de Novembro, e de imediato a imprensa oficial chinesa apontou a "inexperiência" da equipa de transição norte-americana em "lidar com as relações externas" e assinalou que Trump "tem zero de experiência diplomática e desconhece as repercussões em agitar as relações" entre os dois blocos.

Entretanto, a Casa Branca apressou-se a tentar acalmar os ânimos. "Posso confirmar que funcionários norte-americanos, incluindo altos cargos do Conselho de Segurança Nacional [da Casa Branca], estiveram em contacto com os seus homólogos chineses para reiterar o compromisso do nosso país com a política de uma única China", afirmou o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, em conferência de imprensa.


A China considera que a ilha de Taiwan é uma província rebelde do território que está sob a sua soberania, pelo que o diálogo de Trump desencadeou um protesto formal do Governo chinês a Washington, tendo gerado grandes expectativas em Taiwan.


O Governo chinês dá "uma enorme prioridade a esta situação e é um tema sensível", afirmou o porta-voz do presidente norte-americano, Barack Obama, acrescentando que os contactos que a Casa Branca tem feito mostram que as relações bilaterais com a China "podem ficar fragilizadas se este assunto se inflama

Donald Trump tem ainda criticado as políticas actuais da China e o crescimento militar do país.


Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) disse esta terça-feira que o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, "pode fazer muito barulho", mas que isso "não o isenta das regras do relacionamento entre grandes potências".  

(Notícia actualizada às 10:27 com a reacção chinesa à possível nomeação de Terry Branstad para embaixador em Pequim)

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