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Paralisação do governo americano já deve ter custado três mil milhões de dólares
A economia norte-americana deverá ter perdido três mil milhões de dólares com o "shutdown" parcial de 35 dias, segundo projeções oficiais.
Os 35 dias de paralisação parcial dos serviços federais dos EUA, que decorreram entre 22 de dezembro e 18 de janeiro, poderão ter custado à economia do país três mil milhões de dólares (2,62 mil milhões de euros). A estimativa é do gabinete orçamental do Congresso (CBO), uma comissão bipartidária independente que estuda os impactos das políticas governamentais nas contas do país.
O CBO, que hoje divulgou as suas perspetivas anuais para os Estados Unidos em matéria orçamental e económica, apontou, citado pela Reuters, que o custo do "shutdown" irá fazer "encolher" em 0,02% a economia norte-americana face ao que se esperava para 2019.
No total, a economia do país perdeu cerca de 11 mil milhões de dólares durante os 35 dias – cinco semanas – de paralisação parcial dos serviços do governo federal. No entanto, o CBO antecipa que sejam recuperados 8 mil milhões com a reabertura do governo e o regresso ao trabalho de muitos dos 800.000 funcionários federais que estiveram sem receber salário.
O mais longo "shutdown" da história dos EUA terminou na sexta-feira, 18 de janeiro, quando o presidente Donald Trump e o Congresso acordaram num financiamento temporário do governo. Esse financiamento está agora garantido por três semanas, até 15 de fevereiro.
Este financiamento temporário permite a normalização dos serviços públicos enquanto prosseguem as negociações sobre como garantir a segurança da fronteira dos EUA com o México. Mas Trump já ameaçou impor novo "shutdown" a partir dessa data se não lhe derem o dinheiro que pretende para a construção do muro.
O chefe da Casa Branca pretende ver aprovado pelo Congresso (Senado e Câmara dos Representantes) um pacote de 5,7 mil milhões de dólares para o muro que Trump quer construir ao longo da fronteira com o México.
Donald Trump tem continuado decidido a usar o seu poder de veto sobre qualquer lei de financiamento federal aprovada no Congresso que não contemple o dinheiro que pretende para o referido muro.
Uma possibilidade que surgiu entre os democratas foi a de dar a Trump a maior parte – ou mesmo a totalidade – do dinheiro que o presidente quer, mas que não pudesse ser usado na construção do muro. Ou seja, que contribuísse para reforçar a segurança na fronteira com o México, mas de outra forma: com a aposta em ferramentas tecnológicas, como drones e sensores, bem como com o destacamento de mais agentes da patrulha fronteiriça. Mas o presidente dos EUA continua a dizer que quer esses fundos para construir o muro.