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O ensaio de Bill Clinton para "primeiro-cavalheiro"

O ex-Presidente fez ontem um discurso bastante pessoal, em que tentou humanizar a sua mulher. “Ela ainda é a maior promotora de mudança que eu já conheci”, garantiu.

Bloomberg
27 de Julho de 2016 às 11:47
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Nenhuma convenção partidária nos Estados Unidos termina sem a candidata a primeira-dama também discursar. Ontem, a novidade foi essa intervenção ser feita por um homem, que também já viveu na Casa Branca. Bill Clinton marcou o segundo dia da convenção democrata, com um discurso em que viajou pelos 45 anos que ele e Hillary estão juntos.

 

"Na Primavera de 1971 conheci uma rapariga." Foi assim que começou o discurso. "A primeira vez que a vi, estávamos numa aula de direitos políticos e civis. Ela tinha um cabelo louro comprido. Óculos grandes. Não usava maquilhagem."

 

Esse foi o primeiro sinal de que vinha aí um discurso muito pessoal. Seria assim até ao fim dos 42 minutos. Em vez de falar em grandes opções políticas ou na sua própria Presidência – como tantas vezes fez no passado - Bill Clinton quis dar a sua perspectiva do que é viver com Hillary, dos pequenos episódios conjugais às várias causas políticas que abraçou. Ou seja, aquilo que é normalmente a função de um discurso de "primeira-dama", no caso "primeiro-cavalheiro".

 

O objectivo parece ter sido claramente humanizar a figura da sua mulher, muitas vezes caracterizada como fria e calculista na comunicação social. O ex-Presidente argumentou que essa imagem e as críticas de que é alvo são uma ficção, uma caricatura criada pelos seus inimigos políticos. "Vocês nomearam a [versão] verdadeira."

 

"Se acreditam em mudar as coisas de cima para baixo, se acreditam que a mudança é medida pelas vidas que melhora, sabem que isso é difícil e algumas acham que é aborrecido. Discursos como este são divertidos. Fazer realmente o trabalho é difícil", sublinhou Bill Clinton. "Ela é a maior promotora de mudança que eu já conheci em toda a minha vida."

 

Um discurso tão pessoal não é tarefa fácil para os Clinton. O fantasma Monica Lewinsky (e outros episódios de infidelidades tornadas públicas) irá pairar sempre sobre a cabeça do casal.

 

No entanto, um discurso que humanizasse Hillary Clinton era muito importante. Se por vezes se pergunta como é que Donald Trump está tão perto – e por vezes à frente – da candidata democrata nas sondagens, saiba que, embora Hillary parece ser tão impopular como Trump. Segundo a Gallup, 58% dos americanos tem uma imagem negativa do nomeado. A mesma percentagem que Hillary. 

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