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Nicolás Maduro reconhece derrota nas eleições

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu a derrota da sua formação política, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), pela primeira vez em 16 anos, nas eleições legislativas de domingo.

07 de Dezembro de 2015 às 08:26
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"Vimos com a nossa moral, com a nossa ética, reconhecer estes resultados adversos, aceitá-los e dizer à nossa Venezuela que a Constituição e a democracia triunfaram", afirmou, numa declaração transmitida pela televisão, pouco depois do anúncio oficial dos resultados, que dão uma maioria parlamentar de dois terços à oposição.

 

"Foi um dia longo, com uma grande jornada de participação, em que quase 75% dos eleitores acudiram a expressar o seu voto", disse.

 

Por outro lado destacou que se trata da 20.ª eleição, "de um ciclo profundo de democracia" na Venezuela.

 

"Sempre temos sabido reconhecer os resultados, em todas as circunstâncias", acrescentou, dizendo que as forças 'chavistas' sempre confiaram no sistema eleitoral venezuelano. Maduro atribuiu o resultado eleitoral à "guerra económica" contra o Governo venezuelano.

 

"Na Venezuela não triunfou a oposição", triunfou "um plano contra-revolucionário para desmantelar o Estado social-democrático de justiça e de direitos", vincou. Por outro lado, disse que os resultados são lidos pelos socialistas "como uma bofetada para acordar" e apelou aos venezuelanos para os reconhecerem pacificamente.

 

Oposição com maioria parlamentar pela primeira vez em 16 anos

 

A oposição venezuelana conquistou, este domingo, a maioria parlamentar pela primeira vez em 16 anos. A Mesa da Unidade Democrática (MUD), coligação da oposição, obteve 99 assentos - conquistando uma maioria de dois terços - contra 46 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do Presidente Nicolás Maduro, anunciou a presidente do CNE, Tibisay Lucena, numa aparição pública cerca de cinco horas depois do encerramento das urnas, quando a contagem dos votos ainda não terminou.

 

Segundo Tibisay Lucena, houve uma "participação extraordinária" de 74,25% nas eleições parlamentares de domingo e já foram contabilizados 96,03% dos votos, sendo as tendências "irreversíveis".

 

O anúncio dos resultados oficiais, depois de várias horas de atraso, foi recebido em alguns bairros de Caracas com gritos de alegria e o lançamento de petardos.

 

A oposição, que era apontada como a grande favorita, beneficiou do forte descontentamento popular na Venezuela com uma crise económica provocada pela queda do preço do petróleo.

 

O país, de 30 milhões de habitantes, detém das maiores reservas de crude do mundo, mas está actualmente a braços com uma situação de escassez de alimentos e bens de primeira necessidade.

 

Os resultados eleitorais traduzem uma viragem histórica depois da chegada do poder do 'chavismo' (de Hugo Chavez) em 1999, apesar de diversos analistas advertirem que Nicolás Maduro pode tentar limitar os poderes do parlamento para contrariar esta vitória, arriscando desencadear protestos.

 

Oposição diz que vitória nas eleições é o "início da mudança"

 

"Começou a mudança, Venezuela. Hoje temos razões para celebrar, o país pedia uma mudança, essa mudança começou hoje", congratulou-se o secretário executivo da MUD, Jesús Torrealba, após o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dos resultados oficiais.

 

"O povo falou de forma clara, as famílias venezuelanas estão cansadas de viver as consequências do fracasso" do programa do PSUV, disse o líder da oposição.

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