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Médicos no estrangeiro são a principal fonte de divisas de Cuba
Os médicos cubanos enviaram para o seu país 10,3 mil milhões de euros. Uma receita bastante superior à gerada pelo sector turístico, que se fixou em 2,6 mil milhões de euros no ano passado.
Milhares de médicos cubanos exerciam actividade, no final do ano passado, em 62 países de todo o mundo, incluindo Portugal, constituindo a principal fonte de divisas do país caribenho.
De acordo com o Anuário Estatístico de Saúde de Cuba, uma informação oficial publicada hoje, os médicos cubanos estavam presentes - até ao final do ano passado - em 24 países da América Latina e das Caraíbas, 27 países da África subsaariana, sete da Ásia Oriental e do Pacífico, dois do Médio Oriente e da África Oriental, bem como em Portugal e na Rússia.
Esta actividade gerou receitas estimadas médias de mais de 11 mil milhões de dólares (10,3 mil milhões de euros) por ano entre 2011 e 2015. A ilha das Caraíbas factura os serviços destes médicos em 35 dos 62 países de acolhimento, indicou o antigo ministro da Economia cubano José Luis Rodriguez, citado pelo portal oficial Cubadebate.
Em comparação, o sector turístico cubano gerou 2,8 mil milhões de dólares (2,63 mil milhões de euros) em 2016, indicam os números oficiais cubanos.
Ou seja, a venda de serviços profissionais médicos ao estrangeiro é, assim, a principal fonte de divisas de Cuba.
O Anuário publicado hoje não refere quantos profissionais cubanos estão envolvidos nestas missões no exterior, mas em meados de 2015 eram mais de 50 mil, metade dos quais médicos, segundo dados do Ministério da Saúde cubano.
No total, Cuba fechou o ano de 2016 com 90.161 médicos, um número que inclui os que trabalham no exterior.
A Saúde e a Educação são gratuitas em Cuba, financiadas pelo Estado, constituindo motivo de orgulho e de elogio do regime. Por outro lado, o governo cubano é igualmente criticado por constantes violações dos direitos humanos.
O envio de médicos para todo o mundo constitui uma velha tradição cubana, constituindo agora não só uma arma diplomática como uma fonte de receitas vital para a pobre economia da ilha.