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Governo colombiano e guerrilha das FARC formalizam histórico acordo de paz

A guerrilha colombiana das FARC, a mais poderosa da América Latina, assina esta segunda-feira a paz com o Governo da Colômbia, pondo termo a várias tentativas fracassadas para terminar um conflito armado de 52 anos.

Reuters
26 de Setembro de 2016 às 07:54
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O desfecho deste capítulo da história da Colômbia acontece esta segunda-feira, 26 de Setembro, em Cartagena das Índias (norte) com a assinatura formal de um acordo pelo Presidente Juan Manuel Santos e o "número um" das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Rodrigo Londoño, mais conhecido como Timoleón Jiménez "Timochenko". 

 

Na sexta-feira, no final da Conferência nacional das FARC em El Diamante (sudeste), foi anunciado que "os guerrilheiros e guerrilheiras (...) exprimem o seu apoio unânime ao acordo final de Havana", um dos últimos passos para a sua legitimação. 

 

O Presidente Juan Manuel Santos e Timoleón Jiménez "Timochenko" vão assinar formalmente na histórica cidade colombiana, banhada pelo mar das Caraíbas, o designado "Acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura", negociado em Cuba durante 45 meses e cinco dias e anunciado em 24 de Agosto.

 

O acordo põe termo ao conflito armado com as FARC, uma guerrilha de inspiração marxista e com origem nas revoltas camponesas da década de 1960, que vai tornar-se num movimento político e disputar o voto popular nas próximas eleições.

 

O balanço da guerra civil no país, que desde 1964 envolveu guerrilhas de extrema-esquerda, paramilitares de extrema-direita, exército e grupos de narcotraficantes é pesado: 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados. 

 

O acordo, um documento de 297 páginas, apesar de assinalar o fim oficial do conflito armado, deixa ainda em aberto a complexa tarefa da aplicação efectiva, para que seja garantida uma paz efectiva.

 

Para além da sua concretização prática, o acordo terá ainda de ser ratificado pela população num plebiscito marcado para 2 de Outubro e que para ser validado necessita da participação de mais de 13% dos eleitores, 4,5 milhões de pessoas.

 

Um desfecho que ainda não está garantido, também devido à forte oposição das forças conservadoras lideradas pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que apostam numa votação equilibrada para deslegitimar o acordo de paz e impedir a sua aplicação.

 

Uma sondagem divulgada na sexta-feira indicou que a intenção de voto pelo "sim" desceu para 54%, um recuo de seis pontos percentuais face ao último estudo.

 

À pergunta "Apoia ou não apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção da paz", conduzido por uma empresa de estudos de opinião, 54% respondeu "sim", 34% "não" e 12% não manifestou intenção de voto.

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