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Economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre do ano

O PIB brasileiro totalizou no primeiro trimestre do ano 2,2 biliões de reais (cerca de 429 mil milhões de euros) em valores correntes.

61.º Brasil
Sergio Moraes
02 de Junho de 2022 às 14:09
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A economia brasileira cresceu 1% entre janeiro e março deste ano face ao último trimestre do ano passado, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o terceiro trimestre positivo consecutivo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que no ano passado cresceu 4,6%, o maior valor dos últimos 11 anos, depois de registar um queda de 3,9% em 2020 devido aos impactos negativos na economia causados pela pandemia de covid-19.

O PIB brasileiro totalizou no primeiro trimestre do ano 2,2 biliões de reais (cerca de 429 mil milhões de euros) em valores correntes.

Segundo o IBGE, o crescimento económico no primeiro trimestre foi impulsionado principalmente pelo setor dos serviços, que subiu 1% face ao trimestre anterior e 3,7% em relação ao mesmo período de 2021.

O setor dos serviços, responsável por cerca de 70% do PIB brasileiro, recuperou nos últimos meses dos impactos da pandemia com o fim de todas as restrições de circulação impostas.

Dentro dos serviços, o maior crescimento coube a "atividades prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia", explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, num comunicado.

O crescimento do PIB não foi maior devido ao fraco desempenho do setor agropecuário, um dos mais importantes do Brasil, que caiu 0,9% face ao trimestre imediatamente anterior e 8% em relação ao mesmo período de 2021.

"Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem na regiãi sul do país, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira", frisou Rebeca Palis.

A indústria, por sua vez, manteve-se praticamente estável após subir 0,1% no primeiro trimestre de 2022 face ao último trimestre do ano passado, mas caiu 1,5% face aos três primeiros meses do ano passado, pressionada principalmente pela indústria de transformação.

Do lado da procura, o consumo das famílias cresceu 0,7% entre janeiro e março em relação ao trimestre anterior, enquanto o consumo do Governo cresceu 0,1% na comparação com quarto trimestre de 2021.

A formação bruta de capital fixo, que mede o investimento produtivo no país, caiu 7,2% entre janeiro e março na comparação anual, após cinco trimestres consecutivos de crescimento, enquanto a taxa de investimento no Brasil foi equivalente a 18,7% do PIB, abaixo da registada no mesmo período de 2021 (19,7%).

O Governo brasileiro prevê um crescimento do PIB de 1,5% neste ano, enquanto a projeção do Banco Central é de 1%, com possível revisão favorável, admitiu o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

No entanto, a economia brasileira enfrentará vários obstáculos que podem desacelerar a expansão, como a crise internacional, a alta inflação (12,13% em relação ao ano anterior) e o aumento das taxas de juros para os níveis mais altos em vários anos, o que diminui o consumo.



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