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Citigroup avisa para nova reestruturação de dívida na Argentina

O Citigroup acredita que a Argentina poderá voltar a incumprir o pagamento da dívida. Desta feita, a preocupação é provocada pelo montante diminuto que o banco central de dólares que o banco central detém em reservas. Governo poderá ter de pagar em pesos aos detentores de dívida denominada em dólares.

13 de Agosto de 2013 às 17:35
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A Argentina é a economia emergente com maior risco de incumprimento. Depois da reestruturação que levou a cabo em 2001 e com a litigância que persiste nos tribunais norte-americanos, não é de estranhar. Os investidores poderão ver a lei norte-americana, que regula parte da dívida do país, impedir o pagamento aos credores que aceitaram o acordo de troca de títulos firmado há mais de uma década.

 

Um grupo de credores que não aceitou entrar no acordo de troca de obrigações com que a Argentina reestruturou a sua dívida em 2001 tem pedido ao tribunal de Nova Iorque que impeça o pagamento da dívida aos restantes credores. Em causa está o princípio de que o país não pode pagar a alguns credores, deixando outros de fora.

 

Devido à incerteza relativa de pagamento da dívida abrangida pelo direito norte-americano, os investidores têm trocado as obrigações por títulos de dívida denominados em dólares, mas cujo regime legal é o da Argentina. Estes viram o seu valor de mercado ascender a 95,39 cêntimos por cada dólar de valor nominal em dívida, reflectindo a perpepção de que estes são seguros. Contudo, o Citigroup acredita que o risco destas emissões está a ser subavaliado pelo mercado, refere o banco citado pela Bloomberg.

 

Para os analistas do Citigroup, o iminente incumprimento da dívida argentina cujo regime legal é o norte-americano tem provocado uma diminuição dos depósitos em dólares no país. Por isso, avalia o valor real das obrigações com maturidade em 2015 em 87,2 cêntimos de dólar. E, para sustentar a tese, socorre-se de números.

 

As reservas da divisa norte-americana no banco central da Argentina estão em 37 mil milhões de dólares (27,8 mil milhões de euros), o que corresponde a um mínimo de sete anos. Para o banco de investimento, estas reservas ficarão reduzidas a 25 mil milhões de dólares até à maturidade da emissão. Para pagar aos credores, o governo liderado por Cristina Kirchener terá de escolher uma de duas opções. Ou revê em baixa o valor que vai pagar aos credores ou paga em pesos.

 

Ambas as opções correspondem, na prática, a uma redução do valor a ser pago aos credores. Devido à política de controlo de capitais, o câmbio de pesos por dólares é feito, no mercado negro, 53% abaixo da cotação oficial. Se o Estado pagar aos credores em pesos, estes não terão alternativa se não perder dinheiro se quiserem trocar a divisa sul-americana por dólares.

 

Para o Citigroup, a probabilidade de alteração dos termos de pagamento da dívida denominada em dólares é de 37,5%, segundo relatório citado pela Bloomberg.

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