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"O centrista aqui sou eu", afirma Pedro Nuno que usa FMI contra medidas do Governo

O líder do PS socorreu-se dos argumentos do Fundo Monetário Internacional para contestar o IRS Jovem e a descida transversal do IRC. Montenegro insiste que proposta que vai apresentar esta tarde ao secretário-geral do PS será "irrecusável"

Tiago Petinga / Lusa
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O líder do Partido Socialista reafirma que as propostas do Governo para o IRS Jovem e para a descida do IRS não terão o seu apoio no Orçamnento do Estado para 2025, socorrendo-se dos argumentos do FMI para rejeitar as medidas. 

"O radical aqui é quem insiste na medida" com que ninguém concorda, apontou Pedro Nuno Santos. "O centrista aqui sou eu, senhor primeiro-ministro? A não ser que considere o FMI um grupo de esquerdistas e radicais", atirou o líder do PS apontando os argumentos do Fundo Monetário Internacional que considerou as medidas "caras, injustas e ineficazes".

"É uma medida profundamente injusta e segundo o FMI, profundamente ineficaz e uma fantasia", sublinhou Pedro Nuno Santos, referindo-se ao IRS Jovem. "O que o FMI nos mostra é que a receita que o Estado arrecada em percentagem do PIB está muito abaixo da média europeia e não pode erodir a sua base fiscal, porque o Estado precisa de capacidade financeira, financiar o investimento público a partir de 2026 [após o PRR]."

"O mesmo acontece com o IRC – uma medida cara, ineficaz e injusta", atirou o líder socialista, voltando a usar os argumentos da instituição sediada em Washington. "O que o FMI nos mostra é que a receita de IRC em percentagem do PIB está na média do euro", sublinhando que "o IRC não é o problema das empresas." Para Pedro nuno Santos, "é fácil ver quem vai ganhar com esta redução do IRC: o setor financeiro e de distribuição", que segundo o líder do PS "não são os setores transformadores."

"Não estamos aqui para cumprir as ideias do FMI"

Na resposta, o primeiro-ministro afirmou que "respeitamos o FMI, mas não estamos aqui para cumprir as ideias do FMI. Estamos aqui para cumprir o programa que foi sufragado pelos portugueses" e não foi rejeitado pelo Parlamento, confessando "alguma perplexidade com a intervenção" do líder da oposição. Luís Montenegro acusou Pedro Nuno Santos de se "afirmar como troikista", aparecendo "subjugado ao FMI em que nem nos tempos da troika alguma vez algum político ou líder partidário foi capaz."

O primeiro-ministro, que se reúne esta tarde com o líder do PS no âmbito das negociações para o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), garantiu que vai apresentar uma proposta para o IRS Jovem e descida do IRC que vai "facilitar a decisão" de Pedro Nuno Santos. A proposta que já classificou como "irrecusável", irá "salvaguardar as suas preocupações e os princípios entre o que defende e o que o Governo propõe", adiantou, sem detalhar as alterações que vai propor nessas duas medidas.

Uma indicação avançada depois de o secretário-geral socialista ter dito que as condições para viabilizar o OE 2025 "as condições são duas: espero que sem taticismos a proposta irrecusável do Governo seja esta", referindo-se ao IRS Jovem e IRC.

(Notícia atualizada às 16:09 com mais declarações)

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