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A paralisação nos EUA terminou, mas a normalidade começa hoje?

Ontem, o Congresso aprovou o aumento do limite da divida dos EUA. Os serviços podem retomar as suas actividades, interrompidas a 1 de Outubro. Mas será que a normalidade começa partir desta quinta-feira?

Bloomberg
17 de Outubro de 2013 às 11:22
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Se o impasse orçamental nos Estados Unidos fosse um jogo de futebol poderíamos dizer que a partida só ficou resolvida ao minuto 90. Depois de 16 dias de paralisação parcial nos EUA, o entendimento chegou, o tecto da dívida vai ser aumentado - e deverá ser atingido em Fevereiro de 2014 – e os serviços podem abrir novamente.

 

Mas será que vai ser tudo como era até 30 de Setembro, o dia que antecedeu o encerramento dos serviços considerados não essenciais porque não era possível fazer mais despesa?

 

Depois de quase duas semanas encerrados, os serviços vão precisar de semanas para conseguir normalizar os pagamentos em atraso, escreve a Bloomberg. “Isto [a paralisação governamental] foi muito perturbador”, conta à Larry Allen, presidente da Allen Federal Business, uma empresa de consultoria da Virgínia. “A onda de choque vai durar meses”, acrescenta. 

 

Barry Anderson trabalhava na Casa Branca em 1995 e 1996, época em que o anterior “shutdown” teve lugar. Apesar da paralisação, desta vez, ter durado menos dias que a da década de 90, Anderson defendeu que a paralisação que terminou ontem teve efeitos mais abrangentes.

 

No passado, em 1995 e 1996, o Congresso norte-americano tinha completado sete das 13 dotações que permitiam financiar as agências federais antes do shutdown, o que permitiu que várias áreas do Governo federal continuassem a trabalhar. Em 2013 não foi assim. “As coisas são muito diferentes agora”, concluiu.

 

Os 16 dias de paralisação retiraram à economia norte-americana - de acordo com uma previsão da Standard & Poor, revelada ontem - pelo menos 0,6% do PIB relativo ao quarto trimestre, qualquer coisa como 24 mil milhões de dólares.


Qual é o preço de colocar o Governo a funcionar novamente?

 

Os custos de colocar o Governo a funcionar a 100% são difíceis de prever.

 

Em 1996, um estudo realizado pelo departamento que dirige o Orçamento, segundo a agência Bloomberg, apontou que estarem fechados durante 27 dias – desde o final de 1995 até ao início de 1996 – custou 1,4 mil milhões de dólares, cerca de 2 mil milhões de dólares no câmbio actual.

 

Mas este número não incluiu os custos adicionais, fruto do regresso dos funcionários aos seus postos de trabalho. Na época, John Koskinen, director-adjunto do OMB, o organismo que tem a seu cargo o orçamento norte-americano, sublinhou que a estes 1,2 mil milhões de dólares teriam de somar “custos adicionais significativos” que não “podiam ser determinados” na altura e que “incluíam o pagamento de juros” a terceiros fruto do Governo não ter pago atempadamente as suas despesas.

 

“Há também custos adicionais com pessoal, com os quais vai ser necessário lidar, fruto do trabalho em atraso resultante da paralisação”, acrescentou na altura.

 

Charles Tiefer, Professor na Universidade de Baltimore, estuda estes eventos mas sublinha que não é possível determinar com precisão o custo de colocar o Governo a funcionar a 100%.

 

Ainda assim, fala em milhares de milhões de dólares. Tiefer defende que, há áreas em que não vai ser possível retomar os trabalhos, como é o caso de investigações ambientais e, por isso, os casos vão ficar sem solução. “Esse vai ser de longe o custo mais elevado”, sintetiza.

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