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Obama dirige-se aos americanos e não poupa republicanos

O presidente norte-americano falou ao povo americano pela primeira vez desde que foi resolvido, temporariamente, o problema do tecto da dívida e do bloqueio ao orçamento federal. Obama lembra que depois da tensão entre democratas e republicanos “não houve vencedores” e que “o primeiro default em mais de 200 anos não vai acontecer”.

Reuters
17 de Outubro de 2013 às 17:39
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Depois da crise do bloqueio do Governo federal norte-americano, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em discurso dirigido ao povo americano, lamentou “uma nova crise auto-infligida”, não conseguindo vislumbrar nenhuma “racionalidade económica”, tendo deixado a questão: “E para quê?”.

 

Obama explicou que a intransigência dos republicanos, especialmente da facção radical e Conservadora do Tea Party, acabou por resultar no “aumento do custo da contracção de dívida, o que aumenta o défice”. O antigo Senador do Illinois sublinha que “todos os analistas consideram que [esta crise]

Não gostam de alguma lei ou presidente? Então lutem pela vossa opinião. Vão e vençam uma eleição. Tentem mudar. Não destruam.
 
Barack Obama 

abrandou o nosso crescimento”, para depois concluir que a forma como se processam as grandes decisões “tem de mudar”. Todavia reconheceu que “o primeiro default em mais de 200 anos não vai acontecer”.

 

Obama discursou num tom pesado, em que as expressões faciais reproduziam, simultaneamente, a importância do momento e a responsabilização imputada aos republicanos pela indefinição dos últimos dias. Mesmo assim, Obama quis deixar uma mensagem positiva e virada para o futuro: “As boas notícias é que vamos dar a volta e recuperar, porque a América é o suporte da economia internacional”.

 

Juntamente à mensagem optimista, Barack Obama aproveitou para definir três prioridades  futuras, que passam por “uma aproximação ponderada a um orçamento responsável”, por “finalizar as reformas das leis sobre imigração” e, por fim, “aprovar uma legislação no sector agrícola”.

 

O presidente da maior economia do mundo finalizou a mensagem dirigida aos americanos, reforçando o ar carregado e apontando o dedo aos republicanos mais radicais. “Não gostam de alguma lei ou presidente? Então lutem pela vossa opinião. Vão e vençam uma eleição. Tentem mudar. Não destruam”.

 

Foi com esta ideia que Obama terminou um périplo de discórida na política interna que prejudicou a imagem americana junto da comunidade internacional e dos mercados, que aumentou a taxa de juro da dívida americana e levou à desvalorização do dólar. Ainda assim, Obama mantém que a legislação sobre a reforma de saúde, “Obamacare”, que foi uma das questões que levou ao afastamento entre republicanos e democratas, será para manter no futuro.

 

Em Fevereiro do próximo ano a questão do limite máximo de endividamento voltará à agenda porque, ao contrário do que pretendia Obama, não se acordou uma adenda que pudesse aumentar, com carácter definitivo, o tecto máximo da dívida. A solução provisória poderá trazer nova tensão dentro de três meses.

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