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Economist: Moçambique vai crescer ao ritmo mais baixo dos últimos 15 anos

A Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Moçambique para 4,2% e estima que o Fundo Monetário Internacional (FMI) retome o financiamento ao país ainda este ano.  

Mike Hutchings/Reuters
11 de Maio de 2016 às 13:42
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"O crescimento real da economia será de 4,2% em 2016, a taxa mais lenta dos últimos 15 anos; o abrandamento esperado reflecte uma descida adicional na despesa pública, menos investimento externo e perturbações relacionadas com o clima na produção agrícola", escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

 

Nas perspectivas sobre o país, enviada hoje aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas estimam também que Moçambique acelere as reformas estruturais e que o FMI volte a apoiar financeiramente o país mais para o final do ano.

 

"O crescimento do PIB deve acelerar gradualmente a partir do próximo ano, chegando a uma média de 5,3% entre 2017 e 2020", acrescentam os economistas da EIU, notando que o crescimento económico, que é "bastante abaixo da média de crescimento da última década", será alicerçado no aumento da produção de carvão.

 

Na análise ao momento político, a EIU diz que o Presidente vai manter o poder apesar das críticas internas no seu partido e dos 'casos' que têm projectado o país para os holofotes internacionais, como os "persistentes focos de violência política, alegações de abusos de direitos humanos e uma falta de transparência orçamental".

 

Estes factores vão "dificultar as relações de Moçambique com os tradicionais parceiros do desenvolvimento, principalmente o Banco Mundial, os Estados Unidos e a União Europeia", diz a EIU, que nota que a suspensão de ajuda financeira por parte dos doadores não deve ser permanente por causa "dos altos níveis de pobreza e nos programas que já estão em curso".

 

A prioridade política imediata do Governo, diz a EIU, é "preservar a sustentabilidade da dívida", no seguimento de uma degradação da posição orçamental devido a factores internos e externos: "A crise de liquidez deve piorar depois da revelação sobre os empréstimos escondidos, mas esperamos que o Governo garanta novamente o empenho em políticas correctivas, incluindo um aperto orçamental e monetário, e reformas estruturais na gestão das finanças públicas".

 

Os analistas da Economist reconhecem que "apesar de haver um risco de derrapagens por causa do sistema de clientelismo político profundamente enraizado em Moçambique e fraca capacidade institucional", mas esperam, ainda assim, "que o FMI retome o financiamento mais para o final deste ano".

 

A EIU prevê que a inflação chegue aos 13,1% este ano, o valor mais alto desde 2011, descendo depois para a casa dos 5% em 2020 devido à estabilização do metical e da redução do défice orçamental.

 

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