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Carlos São Vicente fica preso mais dois meses. Saúde está em "deterioração"
Advogados do empresário luso-angolano contestam a decisão da PGR de prolongar a prisão preventiva por mais dois meses. Familiares alertam para "acentuada deterioração" do seu estado de saúde.
O estado de saúde de Carlos São Vicente, o empresário foi detido pelas autoridades angolanas em setembro do ano passado, acusado de peculato e de crime de branqueamento de capitais de forma continuada, está em "acentuada deterioração".
O alerta é feito num comunicado divulgado pela agência de comunicação do empresário luso-angolano, e surge depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola ter comunicado, a 16 de abril, o prolongamento da prisão preventiva por mais dois meses.
Há "uma acentuada deterioração do estado de saúde já em si precário de Carlos São Vicente como doente de risco, numa altura em que se dão conta de 80 casos de covid-19 na prisão em que se encontra [cadeia de Viana]", lê-se no comunicado.
O mesmo acrescenta que "de acordo com familiares como o cunhado Mário Jorge Neto ou a sogra, Maria Eugénia Neto, que o visitaram muito recentemente no estabelecimento prisional, evidencia sinais evidentes do desenvolvimento de um tumor nas costas, além de sintomas resultantes da privação do sono, associada aos riscos evidentes para a sua segurança".
Os advogados de Carlos São Vicente, François Zimmeray e Jessica Finele, consideram ilegal esta extensão da prisão preventiva, tendo por isso reforçado as queixas junto dos organismos internacionais".
O que se passa nada tem a ver com justiça. Esta detenção é totalmente ilegal. A vida do nosso cliente está em perigo e tudo faremos para que os autores desta detenção arbitrária sejam responsabilizados penalmente pelos seus atos", afirma François Zimmeray, citado no referido comunicado.
Tendo os pedidos de "habeas corpus", apresentados pela defesa de Carlos São Vicente, sido já recusados por três vezes pelas autoridades judiciais, aguarda-se a qualquer momento a decisão do Grupo de Trabalho da ONU para os Direitos Humanos e da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, face às queixas apresentadas contra o Governo e as autoridades judiciais angolanas pelos referidos advogados, especialistas na defesa dos Direitos Humanos, acrescenta-se no documento.
Ambas as denúncias visam a emissão de apelos urgentes a Angola para proceder à libertação imediata de Carlos São Vicente.