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BAD espera investir 1,4 mil milhões em Angola até 2029

O Banco Africano de Desenvolvimento diz que este montante "é uma gota de água no oceano" face às necessidades de Angola.

Em 2021, as importações de Angola atingiram os 11 mil milhões de dólares.
Reuters
28 de Junho de 2024 às 12:01
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O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pretende investir, até 2029, em Angola, 1,5 mil milhões de dólares, "uma gota de água no oceano", atendendo aos desafios do país, disse o representante local da instituição.

Segundo o representante do BAD em Angola, Pietro Toigo, atualmente a instituição financeira tem uma carteira ativa de projetos no país lusófono de 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) e uma expectativa de investimento de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos.

"Pode parecer bastante, mas é uma gota no oceano, considerando os desafios demográficos de empregabilidade e da transformação que Angola enfrenta atualmente", disse Pietro Toigo quando discursava na cerimónia de lançamento da Estratégia Nacional de Angola 2024-2029 e de celebração dos 60 anos do BAD, quinta-feira à noite.

Pietro Toigo referiu que no desenvolvimento da estratégia pretendem procurar mais parcerias e plataformas de cofinanciamento, para minimizar custos de implementação e maximizar recursos, manifestando satisfação com as várias colaborações com outras instituições de França, Japão, Banco Europeu de Investimento e China.

O representante do BAD em Angola agradeceu a confiança e abertura destes parceiros, comprometendo-se a trabalhar para expandir as oportunidades, saudando a entrada do Brasil no compacto lusófono, que "irá impulsionar esse mecanismo de aceleração do desenvolvimento do setor privado nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [PALOP]".

"Com os seus profundos conhecimentos na área agrícola, um setor dinâmico e uma experiência recente de transformação económica e redução da pobreza, o Brasil será um parceiro incontornável para o BAD e Angola", frisou.

Como banco do continente africano, prosseguiu Pietro Toigo, o BAD vai contribuir não apenas com recursos financeiros, mas com conhecimento e partilha de experiências.

Para o setor privado, o responsável sublinhou os desafios no financiamento de empresas privadas em Angola, admitindo que, desde a entrada de Angola no BAD, em 1980, "nunca houve investimentos" para esta franja.

"Queremos mudar isso. Perante uma diversificação económica que acelera, reformas macroeconómicas estabilizantes e uma estratégia para abertura ao investimento privado, achamos fortemente que temos as condições para mudar esta lacuna histórica", disse.

O responsável salientou que pretendem criar as condições para acelerar o investimento privado, apoiando a capacidade do setor público na estruturação de parcerias público privadas, através de instrumentos de mitigação de riscos, bem como serviços de assistência técnica e jurídica ao setor público e privado.

Em declarações à imprensa, o ministro do Planeamento angolano, Victor Hugo Guilherme, disse que o BAD pode ajudar o setor privado a transformar as suas ideias em projetos financiáveis.

"O desenvolvimento de um país passa pelo setor privado e o BAD está aberto a apoiar o setor privado neste aspeto e nós abraçamos essa ideia do banco africano, mas também solicitamos ao banco que apoie o setor privado sobretudo na elaboração dos próprios projetos", destacou.

 

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