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Visita de Lagarde a Angola é "corolário" da diplomacia económica angolana

O chefe da diplomacia angolana considera que a visita da directora-geral do Fundo Monetário Internacional a Angola é o ponto alto de "um ano de intensa diplomacia económica" promovida neste primeiro ano de presidência de João Lourenço.

Presidente do BCE: Christine Lagarde
EPA
20 de Dezembro de 2018 às 19:49
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O ministro das Relações Exteriores de Angola disse hoje que a visita da diretora-geral do FMI ao país representa o "corolário" de "um ano de intensa diplomacia económica", mas garantiu que as autoridades de Luanda não estão acomodadas.

"Podemos dizer que a vinda de Christine Lagarde é o corolário de uma estratégia bem-sucedida, mas não estamos acomodados. Pensamos que, em 2019, vamos fazer ainda muito mais para que Angola possa, de facto, e de uma forma normal, ter acesso aos mercados e poder executar o programa de Governo sufragado [nas eleições gerais] em 2017", disse Manuel Augusto.

O chefe da diplomacia angolana, que falava aos jornalistas após uma reunião de cerca de uma hora com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), lembrou que a própria visita de Lagarde a Angola "é já resultado dessa acção".

"Esta própria visita de Lagarde é resultado dessa acção. O Presidente [de Angola] João Lourenço teve um primeiro encontro [com Lagarde] em janeiro, em Davos, na Suíça, e, 12 meses depois, está aqui a trazer resultados, a trazer um pacote financeiro que é importante para Angola", sublinhou o MIREX angolano.

"Mas mais do que o pacote financeiro, importa destacar a credibilidade que esta acção do FMI, juntamente com Angola, traz para o nosso país. A credibilidade é uma das razões que nos levou a correr o mundo durante este ano que agora finda", acrescentou.

Questionado se Angola vai continuar a tentar diversificar as parcerias económicas em 2019, Manuel Augusto lembrou que a estratégia das autoridades de Luanda é para cinco anos (2018/22), pelo que as "consequências" acabam por chegar de forma natural.

"À medida que vamos tendo resultados positivos, como este da vinda do FMI a Angola, também sentimos cada vez mais manifestações de interesse de parceiros, estatais e privados, dos diferentes cantos do mundo em fazer parte desse esforço de Angola para a sua recuperação económica. Isto é bom sinal, dá-nos margem para negociar, dá-nos um campo maior para diversificarmos as nossas parcerias e fazermos o melhor uso dos recursos naturais que felizmente temos", explicitou.

Lagarde, por seu lado, em breves declarações aos jornalistas, limitou-se a indicar ter abordado com Manuel Augusto temas da actualidade internacional, questões de cariz económico, geopolítico e de multilateralismo, realçando que a reunião foi "frutuosa".

A diretora-geral do FMI, que chegou hoje ao princípio da tarde a Luanda, tem hoje um jantar no Palácio Presidencial, oferecido por João Lourenço, último ato do primeiro dia de visita.

Na sexta-feira, no gabinete do vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa, haverá uma reunião entre delegações do FMI e da equipa económica do Governo angolano, após o que Christine Lagarde visitará o Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, onde fará a entrega de donativos.

Da parte da tarde, no hotel em que está instalada, Lagarde terá "encontros bilaterais", ainda por definir, visitando, a seguir, o escritório local do FMI em Luanda, e a Fortaleza de São Miguel, deixando Luanda ao princípio da noite.
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