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Marginal da Corimba abre novo conflito entre Isabel dos Santos e João Lourenço
Presidente da República de Angola retirou empresa de Isabel dos Santos do projeto da Marginal da Corimba. Empresária diz que acusações de sobrefaturação são "falsas e infundadas".
Isabel dos Santos volta a entrar em rota de colisão com o Presidente da República de Angola. Desta vez, o ponto da discórdia é a Marginal da Corimba e o afastamento de uma sua empresa, a Urbinveste, deste projeto.
Na passada quarta-feira, 15 de Maio, João Lourenço anulou o contrato relativo à Marginal da Corimba. No decreto presidencial, a decisão foi justificada pela sobrefaturação nos valores" com "serviços onerosos para o Estado". Este projeto está avaliado em 1,3 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros).
A Urbinveste reagiu esta segunda-feira, 21 de maio, classificando estas avaliações "falsas e infundadas".
"São falsas e infundadas as afirmações da existência de sobrefacturações, nos contratos ou no âmbito dos trabalhos da obra de dragagens e de construção da marginal da Corimba", assim como "são falsas e infundadas as acusações de práticas de imoralidade ou de falta de transparência no processo das obras de dragagens da Marginal da Corimba adjudicadas ao consórcio integrado pela empresa holandesa Van Oord Dredging and Marine Contractores BV e pela Urbinveste", afirma a empresa de Isabel dos Santos em comunicado.
A empresa detida por Isabel dos Santos recusa qualquer acusação de sobrefaturação e argumenta que o seu consórcio " apresenta um preço de 154 dólares/m2 para reclamação de terras no projeto Marginal da Corimba quando um projeto semelhante no Dubai custou 227 dólares/m2".
No decreto presidencial, João Lourenço afasta a Urbinveste deste projeto e dá a instruções ao ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, para renegociar novos contratos com outras empresas envolvidas neste projeto, casos da Van Oord Dredeing and Marine Contractors BV e da sucursal em Angola da China Road and Bridge Corporation, detentoras do financiamento externo, "com redução aos limites dos valores dos projectos iniciais, mediante procedimento de contratação simplificada pelo critério material".
No comunicado, a Urbinveste não adianta se tomará medidas de natureza legal para contestar a decisão do Presidente da República de Angola, mas sublinha que "assumiu, desde a sua origem, o papel de promotor do projeto Marginal da Corimba, tendo sido responsável pela sua conceção, desenho, viabilização e apresentação ao Estado angolano".