Notícia
Isabel dos Santos deixa a Sonangol com um financiamento de dois mil milhões assegurado
Isabel dos Santos diz que deixa Sonangol num estado muito melhor do que encontrou a petrolífera quando tomou posse e diz-se "privilegiada por ter contribuído para a reforma e melhorias desta grande empresa".
Isabel dos Santos diz que deixa Sonangol num estado muito melhor do que encontrou a petrolífera quando tomou posse e diz-se "privilegiada por ter contribuído para a reforma e melhorias desta grande empresa".
Em comunicado, a empresária que foi demitida na quarta-feira, 15 de Novembro, da presidência da Sonangol pelo chefe de Estado, João Lourenço, afirma que deixa "à nova administração, como instrumento essencial para a sua gestão, um financiamento no valor de dois mil milhões de dólares, com assinatura prevista para os próximos dias, que garantirá o pagamento de todos os ‘cash calls’ relativos a 2017, permitindo, assim, chegar ao final do ano sem dívidas aos nossos parceiros".
Segundo Isabel dos Santos, "a administração cessante garante ao Executivo as condições financeiras necessárias para a manutenção patrimonial da Sonangol, abrindo garantias de continuidade e de crescimento para o futuro".
No deve e haver, Isabel dos Santos lembra que em 2015 a Sonangol Pesquisa e Produção registou um prejuízo de 589 milhões dólares, o qual foi reduzido para 256 milhões no ano passado, sendo que em 2017 esta participada deverá apresentar um lucro de 100 milhões de dólares. Além disso, sublinha que em Junho de 2017 as empresas estatais deviam à Sonangol três mil milhões de dólares.
A ex-líder da Sonangol, agora substituída por Carlos Saturnino, enumera no referido comunicado tudo o que fez desde que tomou posse como presidente da Sonangol em Junho de 2016, altura em que a empresa se encontrava num "estado de emergência", como reconhecia o seu antecessor Francisco de Lemos.
E deixa um recado. "Congratulo o novo Executivo pelo desejo de progresso, transparência e eficácia na gestão do bem público. Os mesmos valores mantêm-se no centro da cultura empresarial que a administração cessante implementou na Sonangol, garantindo, assim, o futuro da nossa empresa".
"Pagámos os 'cash calls' 2016 na sua totalidade; reduzimos a dívida financeira de 13 mil milhões de dólares para sete mil milhões; aumentámos as receitas de 14,8 mil milhões de dólares em 2016, para 15,6 mil milhões em 2017; identificámos 400 iniciativas de redução de custos, no valor de 1,4 mil milhões de dólares, dos quais 380 milhões dólares já foram efectivados, estando já em curso iniciativas que irão permitir uma poupança de 784 milhões de dólares; aumentámos a produção na refinaria de Luanda de 50 mil para 60 mil barris; produzimos todo o jet fuel, combustível para aviões, necessário para Angola e já exportamos; reduzimos o custo do barril de 14 para sete dólares", escreve Isabel dos Santos.
Neste comunicado, onde deseja à nova equipa de gestão da petrolífera "o melhor sucesso", Isabel dos Santos sublinha que "a Sonangol não é uma empresa como as outras". "É a coluna vertebral da economia nacional e o garante do futuro dos nossos filhos. Sinto-me privilegiada por ter contribuído para a reforma e melhorias desta grande empresa", adianta.
A empresária sublinha ainda que durante o seu consulado a Sonangol exportou gás pela primeira vez e que a petrolífera iniciou "o transporte de comboio do combustível de Lobito a Moxico, tonando-o muito mais rápido, mais barato, seguro e potenciando a utilização de infraestruturas do país", enfatizando que não fez qualquer despedimento.
Na sua nota despedida, Isabel dos Santos agradece a todos os trabalhadores da Sonangol. "Juntos, e em poucos meses, não só conseguimos reequilibrar as contas da empresa, acabar com práticas nefastas do passado, mas também implementar uma verdadeira cultura de empresa organizada em torno de valores fundamentais, tais como, o sentido de responsabilidade colectiva e individual, a excelência na execução, o respeito mútuo e o espírito de equipa".