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Governo angolano antecipa saída da recessão só em 2020
Um documento do ministério das Finanças de Angola aponta para que 2019 seja mais um ano de recessão, que só deverá ser superada em 2020 com uma subida do PIB de 1,8%.
O governo de Angola antecipa que o PIB do país vai contrair, em 2019, pelo quarto ano consecutivo, e que a economia só sairá da recessão em 2020, com um crescimento de 1,8%.
As estimativas são do ministério das Finanças angolano e constam de um documento que servirá de base para o orçamento do próximo ano, a que a Bloomberg teve acesso.
Para 2020, o governo liderado pelo presidente João Lourenço antecipa que a despesa aumentará de 5,986 biliões de kwanzas, em 2019, para 6,79 biliões de kwanzas, enquanto as receitas deverão subir de 5,986 biliões para 6,913 biliões.
O documento consultado pela agência de notícias aponta para um excedente orçamental de 0,3% do PIB no próximo ano, em que a inflação deverá subir de 17,5% para 19,6%.
Segundo as projeções do governo, a produção de petróleo deverá crescer ligeiramente, de 1,435 milhões de barris por dia, em 2019, para 1,437 milhões de barris por dia, em 2020, com a estimativa para o preço médio a manter-se nos 55 dólares por barril. Já a produção anual de diamantes deverá aumentar de 9,5 para 10,2 milhões de quilates.
O documento inclui ainda uma série de medidas que Luanda espera implementar para tirar a economia da recessão prolongada e retomar o crescimento. Entre elas destacam-se o aumento da produção em setores como a agricultura, pescas e serviços, a reforma do sistema fiscal, o desenvolvimento de novos blocos petrolíferos e a implementação de novas políticas monetárias e cambiais.
Há cerca de dois meses, a Economist Intelligence Unit (EIU) já antecipava que a economia de Angola iria manter-se em recessão até 2020, prolongando os crescimentos negativos dos últimos anos devido à descida de preço do petróleo desde o verão de 2014.
"As perspetivas económicas de Angola continuam fracas, com a recessão de três anos a continuar até 2020", lê-se numa análise à economia e política de Angola, em que se refere que a produção de petróleo caiu quase 10% no ano passado e que a atração de investimento externo continua difícil.