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Crise angolana fecha negócios de envio de remessas para o estrangeiro

As dificuldades cambiais que afectam Angola provocaram o encerramento de grande parte das empresas especializadas no envio de remessas de dinheiro para o exterior que funcionavam em Luanda, por dificuldades no acesso a divisas devido à crise do petróleo.

Reuters
11 de Fevereiro de 2017 às 10:15
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A situação foi constatada pela Lusa numa ronda ao longo dos últimos dias pelas empresas que antes funcionavam em toda a capital angolana e que na sua generalidade estão agora encerradas, enquanto as restantes colocam fortes limitações aos clientes.

É o caso da Ken-Câmbios, localizada nas imediações do aeroporto internacional de Luanda, uma das poucas que ainda está em funcionamento. Contudo, como explicou à Lusa um dos seus técnicos, o envio de remessas ao exterior está condicionada, apesar da forte procura diária.


A empresa apenas faz remessas mensais para cerca de 50 clientes, um processo que ocorre em função da ordem de chegada e disponibilizando apenas 57.000 kwanzas (322 euros) por cliente.


"Trabalhamos assim porque estamos dependentes do banco nacional, que é o nosso fornecedor. A procura cresce, mas não temos muita margem de manobra", explica o mesmo funcionário.


Este tipo de empresa são utilizadas por cidadãos angolanos e estrangeiros para, entregando moeda nacional (kwanzas) garantir o envio de remessas para o exterior, na forma de divisas, nomeadamente para apoio familiar.


A Rucâmbios, uma outra empresa que se dedicava ao envio de divisas, que funcionava em Luanda, deixou de fazer remessas "por falta de plafond do seu fornecedor", no caso a Moneygram, tal como informou à Lusa um dos técnicos de serviço.


De acordo com dados reunidos pela Lusa, apesar das dificuldades e do encerramento da actividade de várias representações do género na capital angolana desde o agravamento da crise financeira, económica e cambial, o Banco Nacional de Angola vendeu a estas empresas 13,5 milhões de euros em divisas só em 2017.


A última dessas vendas, no valor de 4,5 milhões de euros, aconteceu na semana de 23 a 27 de Janeiro.


Sem acesso a empresas para enviar remessas de dinheiro, seja através destas empresas ou aos balcões dos bancos comerciais, a solução para muitos passa pelo recurso ao mercado paralelo, onde comprar um dólar chega a custar o triplo da taxa de câmbio oficial em Angola.

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