Notícia
Contas de empresas de Isabel dos Santos sob vigilância
A PGR solicitou o congelamento das contas de Isabel dos Santos em Portugal a pedido das autoridades judiciais angolanas. Os movimentos bancários das empresas que detém em Portugal também estão sob vigilância.
as contas de Isabel dos Santos em Portugal foram congeladas, segundo avançou ontem o Expresso. O Ministério Público esclareceu que atuou no âmbito de um “pedido de cooperação judiciária internacional das autoridades angolanas”.
O Negócios sabe que, em paralelo, existe uma ordem judicial e também do Banco de Portugal para monitorizar os movimentos bancários que são realizados pelas empresas que Isabel dos Santos detém em Portugal, para avaliar se existem algumas transferências cuja legalidade possa levantar dúvidas. Estas contas não foram congeladas para permitir que as empresas possam manter os movimentos de tesouraria, como o pagamento de salários.
A Efacec, uma das empresas controladas pela empresária angolana, emitiu ontem um comunicado onde garante que as suas contas não foram congeladas “nem em Portugal, nem em qualquer outro país onde a empresa opera”. Assegura também que está a operar a todos os níveis, continuando a desenvolver e a participar em projetos nas áreas da energia, ambiente e mobilidade, mantendo a confiança de centenas de clientes e fornecedores em todo o mundo”.
No final do ano passado, o tribunal de Luanda ordenou o arresto das participações de Isabel dos Santos e do marido Sindika Dokolo, nas empresas onde têm posição acionista, como por exemplo na Sonangol, na Unitel e nos bancos BIC e BFA. Para além disso, o tribunal decidiu também congelar as contas bancárias do casal.
Já depois do arresto de bens, rebentou o caso Luanda Leaks. O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no dia de 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro ao erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
De acordo com a investigação do consórcio, do qual fazem parte o Expresso e a SIC, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai e que tinha como única acionista declarada Paula Oliveira, sua sócia noutros negócios.