Notícia
Capital Economics: Gestão de Isabel dos Santos na Sonangol é uma caixa preta
O analista da consultora Capital Economics para Angola considera que falta profissionalismo e transparência à gestão de Isabel dos Santos na Sonangol, alertando para os perigos de o Estado ser chamado a pagar a dívida da empresa.
20 de Junho de 2017 às 09:54
"A Sonangol é uma caixa preta; as pessoas querem ver uma gestão profissional e o mais transparente possível, e com Isabel dos Santos à frente da empresa isso não vai acontecer", considerou John Ashbourne.
Em entrevista à Lusa em Londres, o analista da Capital Economics que acompanha a economia de Angola alertou também para as dificuldades acrescidas que o país enfrentará se for chamado a cobrir a dívida da maior empresa nacional.
"A situação da Sonangol é uma grande preocupação, principalmente para o país devido à dívida que a empresa tem; a do país já é alta, mas se forem obrigados a cobrir parte da dívida da empresa, isso seria outro desenvolvimento preocupante", disse John Ashbourne.
A Sonangol tinha, no final do ano passado, uma dívida de cerca de 9 mil milhões de euros, tendo já este ano falhado um pagamento de 835 milhões de euros à sul-coreana Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME), pela construção de dois navios-sonda.
Questionado sobre se a eleição de um novo presidente, a 23 de Agosto, poderá imprimir uma mudança, não só na Sonangol, mas principalmente no país, Ashbourne respondeu que é preciso esperar para ver.
"Temos de ver o que ele vai fazer e o que isso significa para Isabel dos Santos e para José Filomeno dos Santos [gestor do fundo soberano de 5 mil milhões de dólares], se ficam com o novo Governo ou se vemos grandes mudanças, mas isso demora tempo a perceber", disse o analista.
As eleições, de resto, "não deverão trazer grandes alterações à economia", defendeu o analista, já que considera que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) vai continuar no poder e que a maioria da classe dirigente ficará no seu lugar, admitindo, ainda assim, um aumento da despesa pública nas vésperas das eleições.
Em entrevista à Lusa em Londres, o analista da Capital Economics que acompanha a economia de Angola alertou também para as dificuldades acrescidas que o país enfrentará se for chamado a cobrir a dívida da maior empresa nacional.
A Sonangol tinha, no final do ano passado, uma dívida de cerca de 9 mil milhões de euros, tendo já este ano falhado um pagamento de 835 milhões de euros à sul-coreana Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME), pela construção de dois navios-sonda.
Questionado sobre se a eleição de um novo presidente, a 23 de Agosto, poderá imprimir uma mudança, não só na Sonangol, mas principalmente no país, Ashbourne respondeu que é preciso esperar para ver.
"Temos de ver o que ele vai fazer e o que isso significa para Isabel dos Santos e para José Filomeno dos Santos [gestor do fundo soberano de 5 mil milhões de dólares], se ficam com o novo Governo ou se vemos grandes mudanças, mas isso demora tempo a perceber", disse o analista.
As eleições, de resto, "não deverão trazer grandes alterações à economia", defendeu o analista, já que considera que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) vai continuar no poder e que a maioria da classe dirigente ficará no seu lugar, admitindo, ainda assim, um aumento da despesa pública nas vésperas das eleições.