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Capital Economics: É difícil ver como Angola "vai sair do buraco"

A analista que segue a economia angolana considerou hoje à Lusa que apesar das tentativas do Governo para reduzir a dependência económica do setor petrolífero "é difícil ver como Angola vai conseguir sair do buraco".

João Lourenço tem ensaiado aproximações à Europa e também aos Estados Unidos.
José Coelho/Lusa
10 de Novembro de 2020 às 09:25
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"Os preços baixos do petróleo vão não apenas impedir os cofres do Governo de se encherem, o fluxo de investimentos estrangeiros pode também secar, já houve uma grande empresa petrolífera a anunciar a saída e outras poderão seguir-se, e pouco investimento externo pode prejudicar os esforços de diversificação do Governo, portanto é difícil ver como Angola vai conseguir sair do buraco", disse Virág Fórizs.

Em declarações à Lusa a propósito dos esforços do Executivo de João Lourenço para diversificar a economia, na semana em que se assinalam os 45 anos da independência do país, a analista da Capital Economics responsável por Angola reconhece que o Governo tem-se esforçado por reformar a economia e dar mais espaço a outros setores para além do petróleo.

"Várias iniciativas de energias limpas foram anunciadas recentemente, e as novas regras de conteúdo local no setor petrolífero também vão ajudar à diversificação, assim como o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI)", disse a analista, vincando, no entanto, que o panorama continua a ser negativo.

"Os preços do petróleo vão provavelmente manter-se em níveis abaixo dos registados antes da pandemia, e dada a dependência de Angola do setor petrolífero para a receita fiscal, a margem orçamental para apoiar a diversificação será limitada", aponta a analista, lembrando que a crise económica em Angola não foi gerada pela pandemia.

"Angola entrou na crise do novo coronavírus numa situação muito difícil, com a economia em recessão há quatro anos", salienta, acrescentando que "o choque externo, em conjunto com os preços baixos do petróleo, vai causar uma significativa queda do PIB este ano, antes de a economia regressar ao crescimento em 2021, mas sem registar uma recuperação forte".

O governo angolano assinala os 45 anos de independência a partir de terça-feira, com uma homenagem no Palácio Presidencial, e várias inaugurações, entre as quais a do Hotel Intercontinental, nacionalizado no mês passado.
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