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Angola e China vão negociar "novo pacote financeiro"

Eduardo dos Santos inicia hoje em Pequim a sua primeira visita à China em quase sete anos, acompanhado por cinco ministros, entre os quais os titulares das pastas dos Transportes (Augusto Tomás), Comércio (Rosa Pacavira) e Energia e Águas (João Baptista Borges).

Reuters
08 de Junho de 2015 às 07:41
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Angola e China vão negociar esta semana "um novo pacote financeiro para enfrentar as dificuldades" criadas pela redução do preço mundial do petróleo, disse o embaixador angolano em Pequim, citado no fim-de-semana pela agência Angop. Num encontro com jornalistas angolanos nas vésperas da chegada a Pequim do presidente José Eduardo dos Santos, o diplomata, João Garcia Bires, salientou "o papel preponderante" da China na reconstrução do seu país e disse esperar que Pequim "continue a ser um parceiro estratégico nesta fase difícil de Angola". O relato da agência noticiosa Angop não precisa o montante do "novo pacote financeiro", nem refere se será concretizado sob a forma de empréstimo ou através da abertura de linhas de crédito, como tem acontecido na última década. Eduardo dos Santos inicia hoje em Pequim a sua primeira visita à China em quase sete anos, acompanhado por cinco ministros, entre os quais os titulares das pastas dos Transportes (Augusto Tomás), Comércio (Rosa Pacavira) e Energia e Águas (João Baptista Borges). "Vários acordos de cooperação" serão assinados durante a visita, indicou na semana passada um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, sem adiantar pormenores. Há dois dias, o semanário português Expresso afirmou que o presidente angolano vem à China "em busca de um financiamento de 22.000 milhões de dólares" para tentar resolver a "grave crise de tesouraria" da petrolífera estatal Sonangol, descrita como "o principal 'braço armado' da economia de Angola". Se o financiamento se concretizar, o volume de créditos concedidos pela China a Angola desde 2004 subirá para 38.000 milhões de dólares, diz o jornal, citando fonte diplomática em Luanda. A China, por sua vez, poderá tornar Angola a sua "principal plataforma de expansão em África" e "fazer uma aposta gigantesca no sector energético e na indústria extractiva" daquele país, refere o Expresso. Segunda economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, a China tem também as maiores reservas cambiais do planeta, estimadas em cerca de 3,7 biliões de dólares (3.700.000.000.000). A visita de Eduardo dos Santos à China, de seis dias, é vista em Pequim como uma oportunidade para "injectar um novo ímpeto" nas relações bilaterais. Para o governo chinês, as "amigáveis relações" sino-angolanas são baseadas na "confiança política reciproca" e "tornaram-se um modelo da cooperação mutuamente vantajosa que a China mantém com os países africanos". A China absorve cerca de metade do petróleo exportado por Angola, em troca de financiamentos às empresas chinesas envolvidas na reconstrução nacional naquele país, nomeadamente estradas, caminho-de-ferro e habitações. Segundo fontes chinesas, o montante dos empréstimos e linhas de crédito concedidos pela China a Angola desde 2004 ronda os 15.000 milhões de dólares. Mas devido à queda do preço do petróleo, no primeiro trimestre deste ano, o valor das exportações angolanas para a China caiu 50,3% em relação a igual período de 2014.
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