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Angola quer atrair principais empresas de diamantes mundiais para o país

Angola está a negociar no sentido de atrair para o país as principais empresas de diamantes mundiais, como a De Beers e a Rio Tinto, disse esta quinta-feira o presidente da empresa diamantífera nacional Endiama.

DR
05 de Novembro de 2020 às 18:51
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"Estamos a trabalhar no sentido de trazer para Angola as principais empresas de diamantes, como a De Beers, a Rio Tinto. Os contactos e negociações, nalguns casos já estão em estado avançado", afirmou Ganga Júnior, durante um 'webinar' sobre resiliência, sustentabilidade e perspetivas fiscais para o pós-covid-19 no setor diamantífero.

O presidente da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) falou de um ano difícil para a indústria de diamantes, com quedas na produção e mercados "totalmente fechados" a partir de março, devido à pandemia, o que exigiu a adoção de estratégias para continuar em atividade.

Além da baixa de produção, Ganga Júnior destacou que, a partir de março deste ano, "o mercado de diamantes ficou completamente fechado".

"De repente, deixámos de ter operações de compra e venda, todos os países, praças financeiras internacionais também fecharam", salientou, apontando na Europa o caso da Bélgica, mas também o mercado indiano, onde são lapidadas mais de 90% das produções angolanas.

O presidente da Endiama indicou que Angola quer posicionar-se até 2022 entre os três maiores produtores do mundo, um objetivo que admite ser agora mais difícil de cumprir devido à covid-19.

As previsões iniciais apontavam para uma produção superior a 10 milhões de quilates em 2020, mas foi necessário "fazer ajustamentos ao programa" devido à covid-19, já que algumas minas funcionaram a 20%, tendo a meta sido reduzida para 8,5 milhões.

Angola produz entre nove a 10 milhões de quilates anualmente, cerca de um terço dos maiores produtores (Alrosa e De Beers).

Para aumentar "substancialmente os níveis de produção", a Endiama conta com os 25 novos projetos de prospeção "alguns em fase adiantada de trabalhos" e exploração do potencial pleno de algumas minas que estão já em funcionamento.

Em 2022, segundo o mesmo responsável a ideia é privatizar parcialmente a empresa que se vai transformar em sociedade anónima.

A Endiama, que emprega atualmente cerca de 12 mil pessoas, vai também desfazer-se de negócios não nucleares e prevê um incremento significativo nas contribuições fiscais, atualmente ainda incipientes.

A Endiama contribuiu com 252 milhões e 328 milhões de dólares (213 milhões e 278 milhões de euros) para os cofres do Estado, em 2018 e 2019, respetivamente, mas espera aumentar para quase 1.400 milhões de dólares (1.186 milhões de euros) entre 2020 e 2022.

A empresa faturou 1.266 milhões de dólares (1.072 milhões de euros) em 2019 e estima receitas globais de 1.657, 1.877 e 2.208 milhões de dólares (1.403, 1.590 e 1.817 milhões de euros) em 2020, 2021 e 2022, esperando atingir neste ano o patamar de 14 milhões de quilates.

 

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